Diário do Mercado na 3ª feira, 08.10.2019
Ibovespa, sem notícias novas, cai contaminado por Nova York
Comentário.
O índice doméstico, com ausência de novas notícias internas favoráveis, prosseguiu à mercê do comportamento das bolsas de valores norte-americanas.
Um certo pessimismo tem tomado conta dos agentes no exterior, temerosos que não haja acordo em breve, como era esperado anteriormente, e a guerra comercial entre EUA e China persista, realimentando preocupações entre os analistas em relação à tendência futura de desaceleração global.
No dia, a atitude do governo norte-americano de anunciar restrições de vistos para autoridades chinesas e seus familiares por questão doméstica da China, dois dias antes de se iniciarem negociações comerciais, foi mal recebida e piorou o humor dos investidores, que optaram por se desfazer de parte de seus posicionamentos.
Nem mesmo declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, consideradas de bom alvitre pelo mercado, conseguiram “fazer preço”. Em suma, mais do mesmo: no Brasil, o trâmite da reforma da previdência; e no mundo, o embate comercial sino-americano.
No Brasil, o dólar comercial fechou a R$ 4,0910 (-0,32%). Os juros futuros baixaram ao longo de toda sua curva de estrutura a termo, com destaque para os contratos intermediários.
Ibovespa.
O índice esteve oscilante ao longo de quase todo o pregão – ameaçou firmar-se em campo positivo diversas vezes, mas, pouco depois, tocava a estabilidade ou entrava levemente em campo negativo.
Contudo, na hora final, a pressão vendedora se sobressaiu, visto que os índices em Wall Street acentuaram suas perdas, decaindo em direção ao seu fechamento. As blue chips Vale e Petrobras, além dos papéis do setor de bancos, pesaram sobre o índice no dia.
O Ibovespa fechou aos 99.981 pts (-0,59%), acumulando -2,51% na semana, -4,55% no mês, +13,76% no ano e +16,14% em 12 meses. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 14,3 bilhões, sendo R$ 13,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na B3
No dia 4 de outubro (último dado disponível), a retirada líquida de capital estrangeiro da Bovespa foi de R$ 7,964 milhões, apurando saída líquida de R$ 4,389 bilhões no mês. Em 2019, a saída líquida acumulada atingiu -R$ 25,192 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-DI variou +0,50% em setembro ante deflação -0,51% em agosto - acima do consenso de +0,38%. Os seus subíndices assim variaram: IPA-DI em +0,69% (-0,90% em agosto); IPC-DI em 0,00% (+0,17% em agosto); e INCC-DI em +0,46% (+0,42% em agosto). O indicador passou a acumular +4,39% no ano e 3,00% em 12 meses. Também foi divulgado que seu núcleo oscilou +0,20% no mês frente a +0,20% em agosto.
Câmbio e CDS.
O dólar no mercado doméstico se descolou do mercado internacional, mesmo com receios sobre a guerra comercial. Em suma, internamente, foi veiculado no mercado que o motivo teria sido a possível entrada de moeda estrangeira influenciada pelas quatro operações de ofertas de ações ainda ao longo deste mês.
A divisa fechou R$ 4,0910 (-0,32%), acumulando +0,86% na semana, -1,54% no mês, +5,57% no ano e +8,72% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos passou a 143 pts versus 140 pts anterior.
Juros.
Os juros futuros recuaram e derrubaram sua curva de estrutura a termo como um todo, na véspera da divulgação da inflação ao consumidor. Parte do mercado acredita até em deflação para o IPCA, que será divulgado na manhã desta quarta-feira, que daria ainda mais consistência para a continuidade do ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic).
Em relação à sessão anterior, assim fecharam: DI janeiro/2020 em 4,99% de 5,01%; DI janeiro/2021 em 4,82% de 4,88%; DI janeiro/2023 em 5,97% de 6,02%; DI janeiro/2025 em 6,61% de 6,64%; DI janeiro/2027 em 6,95% de 6,98%.
Agenda.
Brasil: IPCA, Vendas no varejo, Volume do setor de serviços e Atividade econômica;
EUA: FOMC - Ata da reunião, IPC e Sentimento Univ. de Michigan;
França e Reino Unido: Produção industrial;
China: Financiamento agregado e Novos empréstimos.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 08.10.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante da equipe do BB Investimentos
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