Morre o ex-presidente egípcio Mohamed Mursi
O ex-presidente egípcio Mohamed Mursi morreu durante seu julgamento, em pleno tribunal, nesta 2ª feira, 17.06, informou a televisão estatal egípcia.
Aos 67 anos, participava de uma sessão em seu julgamento por acusações de espionagem quando desmaiou e morreu. Seu corpo foi levado para um hospital.
Integrante da "Irmandade Muçulmana", chegou à presidência em 2012 em eleições livres, na sequência do movimento denominado "Primavera Árabe", do qual resultou a derrubada do ex-ditador Hosni Mubarak, que ocupara esse cargo por quase 30 anos, de outubro de 1981 a fevereiro de 2011.
Engenheiro graduado na Universidade do Cairo e doutorado na University of Southern California, nos EUA, Mursi foi professor nos EUA e no Egito, teve dois filhos norte americanos, foi parlamentar de 2000 a 2005 no , antes de tornar-se presidente, cargo para o qual foi eleito com o apoio da Irmandade Muçulmana.
Contudo, após apenas um ano de um governo no qual buscou instaurar um regime fortemente civil, de afastamento de militares de cargos chaves, Mohamed Mursi acabou derrubado pelas Forças Armadas em 2013, após protestos em massa contra essa regra. Militares no poder, a Irmandade Muçulmana foi defenestrada.
Na ocasião desse golpe militar, veiculou-se a informação de que seu governo estaria caminhando para a configuração de um estado religioso, tal como Irã ou Israel, e que o governo militar não deteria esse processo de modo a manter o Egito como uma sociedade de perfil ocidental, com separação entre Igreja e Estado.
A despeito desse discurso, Mohamed Mursi foi condenado a prisão por 20 anos sob a medíocre acusação de falsificar o pedido de candidatura para a corrida presidencial de 2012. Mursi cumpriu pena por sete anos.
Nesta 2ª feira, 17.06, a Irmandade Muçulmana programa manifestações em apoio a Mursi por todo o País.