Diário do Mercado na 5ª feira, 12.12.2019
Ibovespa tem novo recorde e índices de Nova York também
Comentário.
O índice brasileiro bateu novo recorde histórico de pontuação, impulsionado tanto por perspectivas econômicas domésticas auspiciosas, como pelo melhor humor externo.
Os recentes índices divulgados do País corroboram a visão que a economia brasileira já saiu da estagnação e principiou um novo ciclo de crescimento. E também houve repercussão positiva da postura do Banco Central do dia anterior, que baixou a taxa Selic em 50 pts-base, para seu piso histórico de 4,50% a.a. – após os mercados estarem fechados – e não frisou que o ciclo de afrouxamento monetário havia se encerrado (próxima decisão em 5 de janeiro de 2020).
Externamente, houve continuidade da percepção favorável da véspera com o comunicado do Fed, após o órgão ter mantido inalterado os juros e com visão que assim permanecerá ao longo do próximo ano, além de um discurso ameno de seu presidente, Jerome Powell. Mais ainda, no dia, rumores que os EUA e a China já haviam chegado a um consenso para fechar o acordo comercial inicial (“fase 1”) fomentou o apetite dos investidores por mercados acionários.
Neste panorama, os índices S&P500 e Nasdaq encerraram também em recordes históricos e o Dow Jones bem próximo ao seu nível máximo. Vale lembrar a agência internacional de rating S&P manteve a classificação soberana do Brasil em BB- (não grau de investimento), mas passou sua expectativa de estável para positiva, baseado nas reformas e entendimento de avanço em fundamentos.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0920 (-0,82%). Os juros futuros curtos até uma parte dos intermediários caíram; outra parte ficou quase estável e os longos baixaram.
Ibovespa.
O índice abriu avançando e pouco depois do meio dia passou a girar com curtas variações ao redor de 112 mil pts (+0,93%). Na hora e meia final de negócios, ampliou sua alta.
O Ibovespa fechou aos 112.199 pts (+1,11%), acumulando +0,97% na semana, +3,66% no mês, +27,66% no ano e +29,00% em 12 meses. O robusto preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 21,6 bilhões, sendo R$ 19,1 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 10 de dezembro (último dado disponível), a Bovespa teve retirada líquida de -R$ 1,543 bilhão de capital estrangeiro, contabilizando saldo negativo de -R$ 2,961 bilhões no mês. Em 2019, a retirada líquida passou a -R$ 42,217 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o volume do setor de serviços variou +0,8% em outubro (com ajuste sazonal) ante setembro. Já em relação a outubro de 2018, o indicador avançou +2,7% versus +1,4% de setembro-2019/setembro-2018. A expansão acumulada nos dez primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses passaram a +0,8%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) teve nova baixa, refletindo o comportamento externo e a visão doméstica favorável com a economia.
A moeda terminou cotada a R$ 4,0920 (-0,63%), acumulando -1,30% na semana, -3,49% no mês, +5,60% no ano e +6,09% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu para 103 pts versus em 110 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros curtos até o início da parte intermediária da curva caíram; a parte média subsequente ficou praticamente inalterada; já as taxas longas também recuaram.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos:
DI janeiro/2020 em 4,40% de 4,49%;
DI janeiro/2021 em 4,54% de 4,62%;
DI janeiro/2022 em 5,20% de 5,23%;
DI janeiro/2023 em 5,75% de 5,74%;
DI janeiro/2025 em 6,34% de 6,35%;
DI janeiro/2027 em 6,68% de 6,70%.
Agenda.
Brasil: Índice de atividade econômica;
EUA: Vendas no varejo; zona do euro: BCE - decisão de juros;
China: Prod. industrial; Vendas no varejo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de analise do comportamento do mercado na 5ª feira, 12.12.2019. elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.