Diário do Mercado na 4ª feira, 20.06.2019
Bolsa fecha acima dos 100 mil pontos pela primeira vez
Comentário.
Em mais um recorde histórico de fechamento, o Ibovespa encerrou acima dos 100 mil pontos, avançando 0,9% nesta quarta-feira.
O ponto de inflexão na sessão ocorreu logo após a divulgação da decisão do Fed em que manteve a taxa inalterada em 2,5% – acelerando ganhos nos principais mercados pelo mundo e também por aqui. O fato preponderante foi a materialização da possibilidade de corte futuro na taxa, respaldada pelo discurso mais dovish da autoridade monetária.
Domesticamente, o Copom também manteve a Selic em sua mínima histórica, 6,5%, mas apontou a interrupção da recuperação econômica, bem como, de certa maneira, condicionou futuros cortes na taxa básica de juros ao progresso da agenda de reformas estruturais.
No mercado de câmbio, o dólar registrou ligeiro recuo (-0,26%). Já os juros futuros permaneceram praticamente estáveis nos vértices de curto prazo, ao passo que devolveram prêmios na ponta longa.
Ibovespa.
O principal índice doméstico passou a maior parte da sessão em queda, mas a repercussão de um Fed mais dovish fez a bolsa disparar por aqui, alçando-a acima dos 100 mil pontos em seu fechamento. Dentre as altas, destaque para o setor de bancos.
O Ibovespa encerrou em 100.303 pts (+0,90%), acumulando +3,37% no mês, +14,13% no ano e +40,49% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 15,3 bilhões, sendo R$ 14,9 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 17 de junho (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 134,6 milhões na Bolsa, diminuindo o saldo negativo no mês para R$ 288,9 milhões. Em 2019, o saldo está negativo em R$ 3,9 bilhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana findou cotada em baixa frente ao real, com os investidores atentos ao pronunciamento feito pelo Fed e em linha com o comportamento do dólar frente as outras moedas emergentes.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8500 (-0,26%), acumulando -1,91% no mês, -0,65% no ano e +2,75% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou de 160 pts para 154 pts.
Juros.
Os juros encerraram a sessão regular estáveis nos contratos de curto prazo e em queda na ponta longa da curva, repercutindo o pronunciamento dovish do Fed.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 6,09% de 6,08%; DI janeiro/2021 em 6,03% de 6,02%; DI janeiro/2023 em 6,91% de 6,96%; DI janeiro/2025 em 7,42% de 7,50%; e DI janeiro/2027 em 7,78% de 7,87%.
Agenda Econômica.
No Brasil, o Copom manteve estável a taxa básica de juros (Selic) em 6,5% ao ano pela décima vez consecutiva, no menor patamar da série histórica. A decisão veio em consonância com o esperado pelo mercado.
O Fed, banco central norte-americano, decidiu nesta quarta-feira manter as taxas de juros na faixa de 2,25% a 2,50%, a decisão seguiu em linha com as expectativas de manutenção esperada pelo mercado. O pronunciamento do Fed expôs o cenário de incerteza, mas sinalizou possíveis cortes no futuro.
Para a semana.
EUA: Novos pedidos seguro-desemprego e PMI Manuf. Alemanha: PMI Manuf.
França: Salários e PMI Manuf.
Reino Unido: IPC e Taxa do Banco da Inglaterra.
Zona do Euro: Confiança do consumidor e PMI Manuf.
Japão: BOJ – política monetária.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 19.06.2019, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HENRIQUE TOMAZ, CFA, ambos do BB Investimentos