Diário de Mercado na 6ª feira, 05.10.2018
Ibovespa cai com exterior, mas acumula 3,75% de alta na semana
Comentário.
Repetindo o alto giro dos últimos dias, o volume negociado nesta sexta-feira ultrapassou os R$ 15 bilhões, mas o Ibovespa registrou novo recuo (-0,76%), o que não apagou a forte alta semanal (3,75%).
O exterior amargo e a cautela pré primeiro turno pressionaram os ativos negativamente, assim como favoreceram os avanços em toda a estrutura da curva de juros futuros.
Na contramão do Ibovespa e da estrutura de juros, o dólar teve nova queda, alinhado-se com o desempenho da divisa no exterior.
Ibovespa.
Apesar de um início de pregão positivo, o principal índice doméstico passou ao campo negativo ainda pela manhã, pressionado pelo mau desempenho dos pares no exterior e pela cautela na antevéspera das eleições presidenciais. Banco do Brasil e Eletrobrás fecharam com ganhos, sendo, novamente, destaques.
Por outro lado, Embraer, Bradesco e o setor de siderurgia lideraram as perdas. O Ibovespa fechou aos 82.321 pts (-0,76%), acumulando alta de 3,75% na semana, 3,75% no mês, 7,75% no ano e de 7,44% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 15,6 bilhões, sendo cerca de R$ 14,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 3 (último dado disponível), houve entrada líquida de R$ 608,725 milhões em capital estrangeiro na bolsa, acumulando saldo positivo de R$ 766,933 milhões em outubro. Em 2018, há superávit de capital estrangeiro de R$ 1,061 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPCA acelerou em 0,48% em setembro, ante recuo de 0,09% em agosto – ligeiramente acima do consenso (+0,43%). Com o resultado, o índice acumula alta de 3,34% em 2018 e de 4,53% em 12 meses – 4,19% em agosto – ultrapassando marginalmente o centro da meta (4,5%) para 2018. Dentre os grupos de maior peso, Alimentação e Bebidas acelerou de -0,34% em agosto para +0,10% em setembro.
Já o grupo Habitação manteve-se praticamente estável, de +0,44% para +0,37%. Responsável pelo maior impacto no índice, o grupo Transportes registrou alta de 1,69%, ante recuo de 1,22% em agosto, avanço também justificado pelo subitem de maior impacto em setembro, a gasolina, com 0,18 p.p.
Nos EUA, o payroll de setembro veio aquém do consenso, com criação de 134 mil vagas, ante 270 mil em agosto – projeção em 185 mil vagas. Não obstante, a revisão do último bimestre acrescentou a criação de 87 mil vagas de emprego na economia norte-americana, mais do que compensando a desaceleração do mês de setembro.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) navegou durante a maior parte da sessão em terreno de baixa e acumulou nova perda no encerramento (-0,70%), na maior queda semanal desde março de 2016. No exterior, a divisa perdeu força ante a maioria das moedas, com destaque para o desempenho de algumas emergentes; peso argentino, peso mexicano e o próprio real.
A moeda findou cotada a R$ 3,8560 (-0,70%), acumulando queda de 4,79% na semana e no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 16,32% e de 22,45% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos desceu a 246 pts, ante 247 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta, ante maior cautela na véspera do primeiro turno, destoando do comportamento do dólar. A alta se deu especialmente nas seções média e longa da curva, ao passo que os contratos de curto prazo fecharam praticamente estáveis.
Para a semana que vem.
No Brasil, destaques para a inflação do IGP-DI na segunda-feira e para os dados do varejo do IBGE na quinta-feira (12). No exterior, ganham relevo a produção industrial de Alemanha (08), França e Reino Unido (ambas no dia 10). Ademais, inflação ao consumidor norte-americano e a balança comercial chinesa na quinta-feira (10), estarão no radar dos investidores.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 05.2018, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos do BB Investimentos