Diário de Mercado - 08 de novembro 2018
Sem notícias internas novas, comunicado do Fed pesou na bolsa
Comentário.
Domesticamente, houve ausência de notícias novas por parte do novo governo eleito. Externamente, o comunicado do Fed, após manter a taxa de juros entre 2,00% e 2,25% nos EUA, foi considerado mais agressivo (hawkish) pelo mercado, deflagrando realizações nas bolsas de Nova York e contaminando os demais mercados acionários mundo afora.
Assim, o índice doméstico, que chegou a principiar em alta, assim como ontem, seguiu declinante na parte da tarde e decaiu mais após o informe do Fed.
A pressão vendedora foi intensa e tão somente dois papéis terminaram positivos, sinalizando, inclusive, vendas firmes de posicionamentos de carteiras. Já em sentido inverso, tanto o dólar, como as taxas de juros futuros subiram.
Ibovespa.
O Ibovespa encerrou aos 85.620 pts (-2,39%), acumulando recuo de 3,17% na semana, -2,06% no mês e alta de 12,07% no ano e 15,14% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 15,8 bilhões, sendo 15,3 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 05 (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 646 milhões da bolsa, aprofundando o saldo negativo em novembro para R$ 1,2 bilhão. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é deficitário em R$ 7,12 bilhões.
Agenda Econômica.
Apesar do contexto de guerra comercial entre os EUA e China, o país asiático surpreendeu positivamente as expectativas com os resultados da balança comercial.
Dados mostram um avanço da China de 15,6% nas exportações em outubro na comparação anual, ante 14,4% do mês de setembro. Já as importações chinesas registraram alta de 21,4% em outubro, ante 14,5% de setembro. O superávit chinês do mês de outubro foi de US$ 34,01 bilhões, ante 31,7 bilhões em setembro.
No Brasil, o IPC-S obteve alta de 0,43% na primeira quadrissemana de novembro, após encerrar outubro com um avanço de 0,48%. Entre os grupos com maior aceleração estão Alimentação, que variou de 0,86% para 1,19%, Saúde e Cuidados Pessoais variaram de 0,05% para 0,06%.
Câmbio e CDS.
Após a decisão do Fed de manter a taxa de juros inalterada na faixa entre 2,00% e 2,25%, a divisa norte-americana ganhou força no exterior e também no mercado doméstico.
O dólar comercial (interbancário) findou cotado em R$3,7470 (+0,21%). Acumulando uma alta de 0,51% no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 13,03% e de 15,01% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu para 198 pts ante a195 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros de longo prazo encerraram a sessão regular em alta, acompanhando a alta do dólar. O DI para janeiro de 2020 fechou em 7,15% ante 7,13% de ontem, o DI para janeiro de 2021 foi de 8,15% para 8,20% hoje. Já o DI para janeiro de 2025 fechou em 10,06% de 9,86% da sessão de ontem.
Para sexta-feira.
No exterior, fechando a semana, ganham relevo a produção industrial francesa e britânica, além da confiança do consumidor norte-americano pela Universidade de Michigan.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 08.11.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.
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