Diário do Mercado na 5ª feira, 05.04.2018
Ibovespa acelera firme na abertura, mas perde tração ao longo do dia
Resumo.
A bolsa brasileira apresentou performance significativamente positiva nesta quinta-feira, na esteira de notícias interpretadas como favoráveis pelos agentes quanto ao âmbito político doméstico, e ainda auxiliada por alívio mais acentuado na tensão comercial entre EUA e China, que impulsionou os mercados bursáteis no exterior.
Por aqui, o clima positivo contagiou também o mercado de juros, embora em menor grau, enquanto o câmbio apresentou estabilidade.
Ibovespa.
Após uma abertura forte, o Ibovespa foi perdendo fôlego durante a tarde. O noticiário político, inicialmente visto como positivo pelo mercado, foi sendo gradativamente digerido, e ao longo do dia começou a pesar a cautela ante a agenda econômica da sexta, que inclui destacadamente os dados do mercado de trabalho norte-americano – o payroll – que pode apresentar surpresas.
Puxado especialmente pelas ações da Petrobras, o Ibovespa fechou aos 85.209 pts (+1,01%), acumulando -0,18% no mês e 11,53% no ano.
Capitais Externos na Bolsa
O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 13,2 bilhões, sendo R$ 12,9 bilhões no mercado à vista. Na terça-feira (03), último dado disponível, houve entrada líquida de capital estrangeiro na bolsa de R$ 288,368 milhões. O saldo é positivo em R$ 417,237 milhões em abril. No ano, o ingresso acumula R$ 459,630 milhões.
Agenda Econômica.
Segundo a Anfavea, foram fabricados 267 mil veículos no mês de março, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O número referenda a análise de uma indústria automotiva em recuperação, ao apresentar o melhor dado mensal desde outubro de 2014, quando a recessão iniciava a se instalar. A venda de veículos atingiu 207 mil unidades, enquanto as exportações somaram 67 mil.
Com o aumento na produção em todos os segmentos, as vagas de emprego desta indústria também se mostram em recuperação. Enquanto em março 800 vagas foram criadas, nos últimos 12 meses os postos somam mais de 4.300. Com isso, a indústria automotiva conta com 131.221 empregados, o que em março representa uma alta de 3,4% em relação ao ano passado.
Câmbio e CDS.
O dólar respondeu mais ao noticiário externo do que ao doméstico, que hoje incluiu um alívio sobre as tensões comerciais entre EUA e China, mediante palavras de Trump, afirmando que vislumbra um “relacionamento fantástico” com o gigante asiático. Ainda assim, com o payroll despontando na agenda, o clima de ansiedade não foi totalmente quebrado, o que trouxe pressão sobre a divisa.
Perante o real, o dólar terminou cotado a R$ 3,3435 (+0,25%). O dólar acumulou avanço de +1,26% no mês e +1,05% no ano.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos recuou a 163 pts, ante 166 pts na véspera.
Juros.
As dúvidas decorrentes do cenário eleitoral e da tensão comercial no exterior permaneceram ditando o mercado de juros. Embora tenha iniciado a sessão em firme recuo, ao longo do dia os vencimentos dos juros futuros foram se afastando das mínimas, mas ainda assim a curva encerrou a sessão em queda ao longo de toda a sua extensão.
Para a sexta-feira.
EUA: Payroll - criação de vagas, variação em folha pgmto. privada, variação na folha pgmto. de manufaturados, taxa de desemprego, taxa de subdesemprego, média de ganhos por hora e crédito ao consumidor;
Alemanha: produção industrial;
França: balança comercial;
China: reservas estrangeiras.
Confira no anexo a integra do relatório de anális do comportamento do mercado na 5ª feira, 05.04.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REDA REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos
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