Índice de confiança do empresário industrial cai para o menor nível histórico
Os indicadores atuais apresentam "muito mais robustez do que há 12 anos". Em 15 anos de regime de metas de inflação, adotado em 1999, o resultado “estourou” o teto em apenas três anos. E "não foram no governo do presidente Lula, nem no meu", declarou Dilma Rousseff em encontro na FIERG.
O ICEL Índice de Confiança do Empresário Industrial caiu para 46,4 pontos em julho, o menor valor da série histórica, que começou em 1999.
Essa foi a quarta queda consecutiva e, desde março, o indicador, acumula retração de 6,1 pontos, informa pesquisa divulgada nesta 6ª feira, 18.07, pela CNI Confederação Nacional da Indústria. O ICEI varia de 0 a 100. Abaixo de 50 indica falta de confiança.
A pesquisa foi feita com 2.649 empresas entre 1º e 11 de julho. Na indústria extrativa, o Icei ficou em 50 pontos, a linha que separa o otimismo da falta de confiança.
No setor de construção, o indicador caiu para 47,7 pontos e, na indústria de transformação, recuou para 45,6 pontos.
Entre os 28 setores da indústria de transformação pesquisados, apenas três - bebidas, farmacêutico e manutenção e reparação - ficaram acima dos 50 pontos. O levantamento mostra ainda que a falta de confiança é maior nas médias empresas, segmento em que o Icei caiu para 45,2 pontos. Nas grandes e pequenas indústrias, o índice baixou para 46,8 pontos.
Professias Negativas
Durante a posse da nova diretoria da FIERGS Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff voltou a alertar o setor contra "profecias negativas".
“O Brasil tem sido afetado por cenários de grande incerteza, que tem causado taxas menores de crescimento que em períodos anteriores. Mas mesmo assim, todas positivas. A pior opção para crise ou a maior dificuldade em qualquer ramo de atividade é o pessimismo, criado por dois motivos interligados e extremamente perigosos. O primeiro deles é a influência das expectativas negativas num mundo globalizado, que bloqueiam soluções. A segunda é a tentação de forçar as profecias mais negativas possíveis em regime pré-eleitoral”,
declarou a presidente Dilma Rousseff.
Segundo Dilma Rousseff, os indicadores atuais apresentam “muito mais robustez do que há 12 anos”, em referência ao governo do presidente tucano FHC. Disse que, em 15 anos de regime de metas de inflação, adotado em 1999, o resultado “estourou” o teto em apenas três anos.
“E não foram no meu governo e nem do governo do (ex) presidente Lula”,
afirmou.
Ela destacou ainda motivos para empresários se manterem otimistas e confiantes no aquecimento da indústria e retomada do crescimento, como o conjunto de estímulos, já anunciados, para reduzir custos de produção em curto prazo, dando mais força à indústria.
Segundo Dilma, o desenvolvimento sustentável do Brasil só será possível com indústria forte e pujante.
“Temos mobilizado todos os instrumentos para preservar nosso crescimento, e principalmente, para garantir a continuidade da criação de empregos para os brasileiros. Perseguimos este objetivo, sem abdicar, um só instante, da robustez dos fundamentos macroeconômicos.(…) O Brasil, nesse momento, é um dos seis países do G-20 que registram superávit primário nas suas contas, junto com Arábia Saudita, a Itália, Alemanha, Turquia e a Coreia do Sul. Os demais não registram superávit primário”,
afirmou.