Dyogo Oliveira, presidente do BNDES, acredia que nos próximo três anos os investimentos em infraestrutura deverão crescer 13% ao ano, em média, no Brasil. Essa convicção foi por ele expressa nesta 3ª feira, 14.08, no 6º Fórum Lide de Infraestrutura, Logística e Mobilidade, em São Paulo SP.
Oliveira informou que o BNDES, para fazer frente a essas novas condições, criou uma área de estruturação de projetos, buscando preencher a lacuna trazida com a configuração de impedimentos judiciais de grandes empresas de engenharia, antes responsáveis por grandes obras.
“A deficiência [regulatória] principal é no setor de saneamento. Não dá para ter competência municipal, empresas estaduais e funding [obtenção de recursos] federal, não dá mais. Se for preciso, uma emenda constitucional”.
Além da ausência de grandes grupos empresariais de engenharia pesada, o quadro presente, não aludido diretamente por Dyogo de Oliveira, envolve a drástica redução de recursos do BNDES para apoiar financeiramente empresas a serem envolvidas em novos investimentos em infraestrutura. A devolução de recursos ao Tesouro Nacional limitou drasticamente a capacidade de financiamento do BNDES.
Desse modo, o BNDES que desde a sua criação atuava como principal financiador de infraestrutura no Brasil, oferecendo linhas de longo prazo, em apoio aos investimentos em infraestrutura, ao BNDES deverá ser cabido o papel de oferecer apoio na elaboração dos projetos, tornando-se nova fonte de recursos o próprio setor privado.
A respeito, o presidente do Banco disse confiar na soma de recursos com o setor privado para atrair investidores.
“Há mais de 30 anos temos atraído [investidores] para a gestão da infraestrutura. Agora precisamos para o financiamento da infraestrutura.”
O presidente do BNDES relaciona os “deploráveis índices de cobertura de rede de saneamento no Brasil” à dificuldade regulatória no país.