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Economia e Finanças

24 de Fevereiro de 2017 as 15:02:43



COPOM: Economistas do ITAÚ BBA fazem análise, em 23.02


Copom: Avaliando os dados e o estrutural
23.02. 2017
 
Além dos dados, o BC também sugere que seus próximos movimentos dependerão de estimativas da "taxa de juros estrutural".
 
 
Highlight
 
O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 12,25% a.a., sem viés.
 
O comunicado traz uma visão mais positiva sobre a atividade, o que pode levar a uma interpretação hawkish, e indica que a meta de inflação seria atingida em 2018 (que deve ser o horizonte de política relevante) com uma taxa Selic em 9,5% no final de este ano.
 
A nosso ver, o texto indica que o ritmo pode continuar em 0,75 p.p., o que por enquanto é a nossa expectativa para a próxima reunião de política monetária nos dias 11/12 de abril - com a Selic terminando em 9,25% em 2017.
 
Mas o comunicado também sugere que o Copom pode acelerar para além dos 0,75 p.p. se (a) ele avaliar que a taxa "estrutural" de juros é mais baixa, e (b) a atividade decepcionar ou outros fatores evoluírem de forma apropriada e com força adequada.
 
Assim, a decisão segue dependendo dos dados e com um novo fator: uma combinação de dados em linha com as expectativas com novas estimativas mais benignas da taxa de juros "estrutural" pode levar a cortes mais intensos.
 
 
Detalhes
 
No comunicado, o Comitê avalia que, desde a última reunião de política monetária, a atividade econômica mostrou alguns sinais mistos que, a seu ver, são consistentes com uma estabilização da economia no curto prazo.
 
O Copom também nota que a evidência sugere uma recuperação gradual ao longo de 2017.
 
 
Com relação ao cenário global, o Comitê considera que continua "bastante incerto”, mas seus efeitos sobre a economia brasileira têm sido até agora mitigados pelo crescimento global mais forte e seu impacto positivo  nos preços das commodities.
 
O Copom avalia que o comportamento da inflação segue favorável, com a desinflação cada vez mais generalizada, incluindo os componentes mais sensíveis à política monetária (isto é, a inflação de serviços). Além disso, o Comitê ressalta que houve uma retomada da desinflação dos preços dos alimentos, o que constitui um choque de oferta favorável.
 
As expectativas de inflação de acordo com a pesquisa Focus recuaram para em torno de 4,4% para 2017 e permaneceram em torno de 4,5% para 2018 e horizontes mais longos.
 
As projeções de inflação do Copom, no cenário de mercado, recuaram para em torno de 4,2% para 2017 e mantiveram-se em torno de 4,5% para 2018, considerando as taxas de juros em 9,5% e 9% para o final de 2017 e 2018, respectivamente.
 
Os riscos em torno do cenário básico estão equilibrados.  Para o lado negativo, o alto grau de incerteza no cenário externo pode dificultar o processo de desinflação.
 
No lado positivo, o choque de oferta favorável nos preços de alimentos pode produzir efeitos secundários e, portanto, contribuir para quedas adicionais das expectativas inflacionárias e da inflação em outros setores da economia. Por fim, a recuperação da economia pode ir para ambos os lados, podendo ser mais (ou menos) demorada e gradual do que a antecipada.
 
O Copom reforça a importância da aprovação e implementação das reformas fiscais necessárias para um processo de desinflação sustentável e para a redução da "taxa de juros estrutural" (juros neutros?).
 
A convergência da inflação para a meta em 2017, e um peso gradualmente crescente em 2018, são consistentes com o processo de flexibilização monetária em curso, o que explica a decisão de realizar outro corte de 0,75 p.p.
 
O texto também indica que a extensão do ciclo vai depender das estimativas da "taxa de juros estrutural" da economia brasileira, que será reavaliada pelo Copom ao longo do tempo.
 
É esperado que as medidas de ajuste fiscal e a mudança no modus operandi dos bancos do setor público levem a uma taxa de juros neutra mais baixa no Brasil, mas quantificar esses efeitos que, de qualquer forma, só devem se materializar no médio prazo, é bastante desafiador.
 
Por fim, de modo relevante, o Copom explicitamente deixa a porta aberta para cortes de juros maiores, afirmando que a possível intensificação da flexibilização vai depender da extensão do ciclo, mas também do comportamento da atividade econômica, dos fatores de risco (ambiente externo, choque dos preços de alimento e recessão prolongada) e das projeções e expectativas de inflação, nessa ordem.
 
A nosso ver, o texto indica que o ritmo pode continuar em 0,75 p.p., o que por enquanto é a nossa expectativa para a próxima reunião de política monetária nos dias 11/12 de abril - com a Selic terminando em 9,25% em 2017.
 
Mas o comunicado também sugere que o Copom pode acelerar para além dos 0,75 p.p. se (a) ele avaliar que a taxa de juros "estrutural" é mais baixa, e (b) a atividade vier mais fraca do que o esperado ou outros fatores evoluírem de forma apropriada e com força adequada.
 
Assim, a decisão segue dependendo dos dados e com um novo fator: uma combinação de dados em linha com as expectativas com novas estimativas mais benignas da taxa de juros "estrutural" pode levar a cortes mais intensos.
 
Teremos mais informações sobre o raciocínio por trás da decisão do Copom com a publicação da ata na 5ª feira, 02.03.2017. É importante notar que o próximo Relatório de Inflação, a ser publicado no dia 30 de março, pode ser bastante informativo sobre a visão do Copom e a modelagem da taxa de juros estrutural e, portanto, sobre a provável extensão do ciclo e, possivelmente, também sobre o ritmo de cortes à frente.
 
 
Confira no anexo a íntegra do estudo realizado pelos economistas do ITAÚ BBA
 
 

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: ITAÚ BBA





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