Xangai entra na 5ª semana de confinamento contra COVID-19
Com uma grande população de idosos não vacinados e uma força de trabalho de saúde no limite, Xangai não se da ao luxo de relaxar medidas contra a COVID-19, enquanto luta contra uma severa onda da variante Omicron, segundo especialistas.
Pode haver consequências severas se a cidade desviar-se da "Estratégia Dinâmica Zero-COVID", incluindo o aumento do número de casos graves e óbitos entre idosos, com hospitais sobrecarregados, afirmaram os especialistas.
Dado o papel crucial de Xangai no desenvolvimento regional, tais efeitos negativos inevitavelmente se estenderiam para além da cidade e afetariam províncias vizinhas e ainda mais distantes, acrescentaram.
Desde o final de fevereiro, Xangai reportou mais de 500.000 infecções de COVID-19, com o número de casos diários chegando a 15.000 há semanas. Com uma abordagem destinada a conter a propagação do vírus, no menor tempo possível, algumas áreas estão entrando em sua quinta semana de confinamento.
A aparente disseminação desinibida da variante Omicron, juntamente com a frustração pelo acesso descontinuado a alimentos e a falta de instalações de quarentena, poderia levar Xangai, a potência financeira do país e a cidade mais desenvolvida, a começar a facilitar o controle rigoroso do vírus.
Zhang Wenhong, chefe do departamento de doenças infecciosas do Hospital Huashan Afiliado à Universidade Fudan, em Xangai, disse durante um fórum na 5ª feira:
"A cepa Omicron é realmente um inimigo formidável ... O que continua a nos preocupar mais e que não podemos deixar de lado, são as populações idosas e vulneráveis, que não se livram do risco sombrio representado pelo vírus."
Cerca de 23,4% da população de Xangai tem 60 anos ou mais, em comparação com uma média nacional de 18,7%. A população idosa da cidade - cerca de 5,8 milhões de pessoas - é mais do que toda a população de Cingapura, segundo dados oficiais.
No entanto, em 15 de abril, apenas 62% dos idosos em Xangai estavam totalmente vacinados, enquanto 38% haviam recebido uma dose de reforço, disseram autoridades locais de saúde.
Cingapura, por sua vez, até meados deste mês de abril, havia vacinado totalmente mais de 95% das pessoas com 60 anos ou mais, de acordo com dados públicos.
Xu Gang, professor associado da Escola de Saúde Pública da Universidade de Xangai, Jiao Tong, disse ao Jiefang Daily:
"Embora muitas pessoas infectadas com Omicron apenas apresentem sintomas leves, dados de pesquisa mostraram que a variante pode prejudicar seriamente os idosos, especialmente aqueles que não são vacinados. Não é absolutamente uma gripe sazonal de um tamanho maior."
Sem medidas de impacto para conter a propagação do vírus, um grande número de casos graves e mortes ocorreria entre idosos e exerceria "dor insuportável nas famílias e na sociedade", disse Xu.
Em Hong Kong, o pesado pedágio trazido por uma quinta onda de COVID-19 serviu como lembrete da ameaça representada pela variante Omicron.
Em um estudo divulgado em 14 de abril, pesquisadores da Universidade de Hong Kong concluíram que a rápida disseminação do Omicron e a baixa cobertura vacinal entre idosos resultaram em uma contagem de mortes surpreendentemente alta - mais de 8.000 na cidade.
Embora a cepa pareça ser mais branda em animais e estudos de caso na África do Sul, a universidade descobriu que, em Hong Kong, o risco de fatalidade para casos de Omicron não vacinados durante os estágios iniciais da quinta onda era quase idêntico ao dos pacientes infectados durante ondas anteriores.
O número de mortos em Xangai está aumentando. Até domingo, a cidade havia notificado 138 óbitos por covid-19, 196 casos graves e 23 casos críticos, principalmente entre idosos não vacinados com doenças subjacentes.
"Em toda a China, pelo menos 40 milhões de idosos não foram totalmente vacinados. Os serviços de vacinação de porta em porta são sugeridos como forma de impulsionar a imunização entre essa faixa etária. Para Xangai, também precisamos dedicar mais esforços para elevar a taxa de vacinação entre os idosos."
afirmou Xu Gang.
Confira em CHINA DAILY a íntegra da matéria em inglês. Clique AQUI.
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