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Franchising

08 de Junho de 2015 as 01:25:32



ARTIGO - O 'Dead Cat Bounce' do varejo de vestuário - pelo Dr. Haroldo Monteiro


O 'Dead Cat Bounce' do varejo de vestuário
Dr. Haroldo Monteiro
 
 
Estava analisando as vendas de algumas varejistas de moda de maio/2015 em relação ao mês passado e também a maio/2014 e fazendo algumas projeções para o resto do ano, quando me veio à mente a melhor maneira de definir o movimento que ocorreu nas vendas deste mês. "Dead Cat Bounce", uma expressão muito utilizada no mercado financeiro e que em português significa o "O Salto do Gato Morto".
 
Dead Cat Bounce.
 
A definição do "Salto do Gato Morto" é: uma recuperação temporária de um declínio prolongado, seguida pela continuação da tendência de baixa. Um salto de gato morto é uma pequena recuperação, de curta duração, no preço de um título em declínio. Frequentemente, estas tendências de baixa são interrompidas por breves períodos de recuperação - ou pequenos "ralies" - onde os preços sobem temporariamente.
 
Na realidade, o mês de maio para muitos varejistas deste setor é uma época mais importante do que o Natal, principalmente as de moda feminina. Ainda que em algumas corporações as vendas em relação a abril/15 tenham sido bem melhores, quando comparamos maio/15 a maio/14 não obtivemos nenhum crescimento que mereça destaque, me parecendo ser uma tendência. Algumas empresas até comemoraram, pois não foi tão ruim assim, porém não vejo motivos para comemorações.
 
Creio que o pior ainda está por vir, pois alguns dados me chamam atenção, e ainda podem fazer alguns estragos maiores com o setor de vestuário, tais como:
 
- Setor automobilístico aumentando as demissões a partir de maio;
 
- Abril foi mais um mês com retirada recorde de recursos da caderneta de poupança. Segundo o Banco Central (BC), os saques superaram os depósitos no mês passado em R$ 5,850 bilhões - configurando o pior abril desde que os dados começaram a ser coletados, em 1995; as pessoas estão mantendo seus gastos utilizando suas reservas financeiras, o que fará com que em breve este estoque de recursos diminua, freando o consumo.
 
- Confiança do consumidor continua despencando, logo o consumo é diretamente afetado.
 
- Pessoas que perderam o emprego e demoram a se recolocar vão frear ainda mais o consumo
 
- Pessoas que estão empregadas vão aumentar o medo de perder o emprego e evitarão gastos desnecessários, e não custa lembrar que roupa não é um artigo de primeira necessidade.
 
- Demissões ocorrendo em vários setores da economia, juros altos, inflação alta e inadimplência alta completam o quadro de pessimismo
 
Índice Nacional de Expectativa do Consumidor
 
Um curto e médio prazos desafiadores
 
Vejo as varejistas de vestuário demitindo pessoal do "overhead" para cortar custos, porém o maior custo do varejo vem do salário de funcionários de lojas e custos de locação. Cabe ressaltar aqui que o custo dos condomínios em shoppings dispararam e, mesmo que as varejistas negociem algum desconto temporário no valor do aluguel, a despesa de condomínio mais alta acaba neutralizando em parte este desconto obtido.
 
As estratégias utilizadas para enquadrar os custos destas empresas a uma nova realidade de vendas já foram postas em prática, portanto não existem muitas mais opções disponíveis. Além disto, em um ambiente de consumo desaquecido, as liquidações e descontos passam a ser mais utilizados e acabam forçando a margem destas empresas. Enfim, muitas empresas de menor porte deste setor sucumbirão pelo caminho.
 
Dead Cat Bounce
 
Portanto, esperem um cenário mais desafiador para frente, pois antes de melhorar ou, no mínimo, estancar a queda de vendas, acredito que ainda iremos piorar mais um pouco! Este maio foi realmente um "salto do gato morto".
 
 
HAROLDO MONTEIRO
Sócio da  Planning & Management Consultoria
Especializada em Gestão e Tendencias Economicas para o Varejo e
Consultoria em Finanças e Franchising
O autor é graduado em Administração de Empresas e Engenharia Econômica pela UERJ, além do MBA Business Administration pela Ohio University.
É professor convidado da COPPEAD para a disciplina Administração Financeira de Curto Prazo. 
 
A publicação desse artigo no JORNAL FRANQUIA foi autorizada pelo próprio autor. 


Fonte: Dr. Haroldo Monteiro





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