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Editorial

30 de Dezembro de 2018 as 13:12:11



EDITORIAL - O que nos une, o que nos distingue


Todos amamos o Brasil e em maior ou menor grau nos entregamos a esse sentimento; somos todos patriotas e queremos o bem maior para nossa Pátria e seu Povo, que está entre os de mais rica cultura em todo o Planeta. Somos o Gigante do Sul.
 
Uma parcela mais ou menos politicamente atuante de nossa sociedade distribui-se entre Direita e Esquerda e a diferença básica entre as propostas de organização social defendidas por esses dois grupamentos políticos, em nosso País, é o modelo de Estado de preferência de cada um desses grupos. 
 
A Direita e o Liberalismo
 
A Direita culta brasileira acredita que o livre jogo das leis do mercado garante o desenvolvimento econômico, alguma repartição da renda da sociedade, em grau mais ou menos justo, e o atendimento de todas as necessidades de produtos e serviços da sociedade, aplicada uma certa dose de tecnologia, de recursos naturais e recursos humanos.
 
Defende a menor presença e interferência possível do Estado na vida da sociedade, circunscrita às esferas da justiça e segurança pública, saúde, educação e serviços públicos, tudo mais sendo destinado à atuação do setor privado, com o menos regulação governamental possível, de modo a economia e a interação entre as pessoas e os mercados fluirem sem bloqueios e "imperfeições" que impeçam a pronta resposta do mercado às demandas e à ação de mecanismo natural de formação de preços dos bens e serviços, estes, indicativos de margens de lucro empresariais que direcionam, a posteriori, investimentos privados para segmentos mais atrativos e ou desinvestimentos naqueles menos atrativos. 
 
Naturalmente que essa "bandeira" tem várias "tonalidades", podendo essa forma de pensar eventualmente acolher alguma ação pontual do Estado, além do script, na vida econômica. Pode-se afirmar que esse modo de pensar represente o segmento da Direita mais próximo do Centro Político. De qualquer maneira, esse desenho ideológico chave é o modelo econômico denominado Liberal Clássico.
 
A Esquerda reformista brasileira
 
A Esquerda brasileira, por sua vez, não põe fé em que o mercado, por si só, detenha todas aquelas capacitações mencionadas no terceiro parágrafo acima. E confia na necessidade de um Estado atuante, em maior ou menor grau, para corrigir distorções intrínsecas do sistema econômico capitalista.
 
No exercício do Poder Executivo, a Esquerda brasileira jamais pregou ou aplicou ações de Estado voltadas à deflagração da revolução socialista e a tomada do poder pelas massas, por mais que a ultradireita a acuse disso. Ao contrário, tem apresentado caráter eminentemente reformista em suas propostas e ação governamental, conforme pôde ser densamente observado nos mandatos presidenciais de Lula e Dilma, bem como de dezenas de governadores e prefeitos eleitos por todo o País, nos últimos 30 anos.  
 
Importante reafirmar, a esquerda brasileira, em sua acachapante maioria posiciona-se em favor de políticas reformistas, confia no processo eleitoral para ascensão ao poder do Estado, no Congresso, onde suas propostas reformistas devem ser negociadas com os amplos setores representados no Senado e na Câmara, para buscar a necessária maioria para sua aprovação; no Executivo, responsabilizando-se por sua implementação. Quanto ao poder Judiciário, há indicativos que trazem a ideia de que a esquerda não tem ali representação relevante.
 
A linha de pensamento econômico seguida pela esquerda está próxima da abordagens Keynesiana e dos estudos e trabalhos da CEPAL.
 
John Maynard Keynes, o economista, lord inglês e cavaleiro de Sua Majestade, principal responsavel pelo pensamento econômico que permitiu o resgate da economia mundial afligida pela Crise de 1929, é o cérebro cujo pensamento criou lastros para o posterior surgimento da Teoria do Desenvolvimento Econômico e dos estudos de Macroeconomia e economia aplicada por governos, que viabilizaram a expansão econômica do Brasil, da Índia, da China, do Japão e da Coréia e de outros países.
 
Pode-se afirmar que esse material teórico ganhou forma detalhada e adaptada regionalmente na América Latina por meio dos estudos elaborados por economistas e sociólogos integrantes da CEPAL Comissão Econômica para a América Latina, órgão da ONU sediado em Santiago do Chile. Esses estudos foram propagados por todo o Planeta, tendo se prestado a apoiar o trabalho de economistas de governo, inclusive em países que, até os anos 60, eram colonias europeias. 
 
A Ultra Direita, o Assombro
 
Voltando à descrição do pensamento da Direita, seus segmentos mais extremados no Brasil, a Extrema Direita, a Ultra Direita, ainda que compartilhem o ideal do liberalismo econômico -- a liberdade plena das pessoas e das empresas de atuarem no campo econômico -- defendem a concentração de poder em um segmento específico da sociedade, as Forças Armadas; defendem o autoritarismo político, o que se traduz em restrições às liberdades e direitos individuais de parcela majoritária da população.
 
O presidente eleito e que toma posse neste próximo 1º de Janeiro, Jair Bolsonaro, é integrante do grupamento de ultra-direita. Para o assombro de todos, faz apologia à tortura e à morte de opositores ao regime e à esquerda, em um revival piorado do 'ame-o ou deixe-o" implementado no governo do general-presidente Emílio Garrastazu Médice, no início dos anos 70.
 
Os manifestos de Bolsonaro são atentado à Democracia brasileira, à Constituição Federal,  à civilização  e à humanidade. Apologia ao ódio, à tortura, à perseguição de opositores, ao crime de assassinato, nada disso faltou em seu discurso transmitido por celular ao sistema de som da passeata de 21.10.2018, na avenida Paulista, a milhares de presentes. 
 
Esquerda Democrática
 
Na Esquerda brasileira, por sua vez, 99,9% dela é democrática, parlamentar e pró-eleitoral, em contraposição à Extrema Direita. Confia na maior eficácia social da reparticão dos poderes públicos entre Legislativo, Judiciário e Executivo, rejeita regimes autoritários e a hegemonia de poder a qualquer grupo social ou corporativo.
 
Além disso,  muito longe de pregar revolução proletaria, até acredita que a opção brasileira pelo capitalismo seja irreversível, a despeito das chacoalhadas que esse sistema sofreu internacionalmente na crise de 2007-2008 e em nova crise que está prestes a acontecer.  
 
PCO
 
Importante destacar que um muito pequeno segmento da Esquerda brasileira tem proposta revolucionária, sequer confia no Estado, no sistema parlamentar e no poder Judiciário, que avalia jogarem um simulacro de Democracia. O PCO Partido da Causa Operária parece ser, auto-declaradamente, a única ala da Esquerda brasileira com esse perfil político.
 
Extrema Direita: Alinhamento automático com EUA e perdas comerciais
 
A extrema Direita brasileira, neste momento, a seu turno, defende estupidamente, o alinhamento  automático com os EUA e, em um movimento retrógrado que inacreditavelmente avalia como possível no mundo atual, considera que o Brasil deve afastar-se de países tidos como regimes autoritarios, tais como China, Rússia, Irã, Venezuela, Cuba etc, com os quais, com excessão de Cuba, tem comércio superavitário gigantesco. 
 
Busca de Soberania Nacional pela Esquerda
 
Para além de toda política social sobejamento reconhecida, e da política de apoio aos investimentos privados e da criação de um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento pleno de um capitalismo de massas, consentâneo com um liberalismo democrático também sob o prisma da economia, não somente no respeito aos direitos civis, a  Esquerda brasileira dos governos petistas, por sua vez, logrou desenhar uma estratégia de declarada busca de soberania nacional, chegando até a articular a Estratégia Nacional de Defesa, transformada em lei vigente e implementada em planos de que já está resultando;
 
(1º) a produção de modernos helicópteros pela Helibras, em Itajubá MG, subsidiária da empresa Eurocopter, que tem sede na França;
 
(2º) a produção no Rio de Janeiro de quatro submarinos moderníssimos diesel-elétrico (um deles concluído e batizado em 14.12.2018) e um movido a energia nuclear, com central atômica criada com tecnologia inteiramente nacional; 
 
(3º) a produção de caças Gripen NG de geração 4-Plus no Brasil, em curso, com transferência completa de tecnologia e a transformação de nosso País em plataforma exportadora desses caças; 
 
(4º) o desenvolvimento e a produção de mísseis brasileiros de curto, médio e longo alcance pela empresa Avibras (um deles recem entregue, outros em curso), e outro em parceria com a África do Sul; 
 
(5º) a total reconstrução da Base de Alcântara; destruida por explosão e incêndio extremamente suspeitos.
 
(6º) o desenvolvimento de um satélite geo-estacionário brasileiro, já lançado pelos francesas na Guiana, para aplicação militar e para a disseminação da Banda Larga por todo o território nacional; além de outros  projetos entre os quais incluem-se:
 
(7º) a modernização dos caças F-5, concluída, e AMX, ambos da Aeronáutica e os caças Skyhawk da Marinha, em curso; e 
 
(8º) a produção de novas fragatas e corvetas para a Marinha, ainda não deflagrada; etc.
 
Assim, parece evidente que Estratégia Nacional de Defesa conduzida pela Esquerda no poder logrou articular o empresariado para desenvolvimento tecnológico e produção nacional de equipamentos no estado da arte em busca do renascimento da indústria bélica brasileira, de modo a proporcionar total autonomia na produção e soberania nas aplicações e nas exportações. 
 
Soberania na Economia e Protagonismo Internacional
 
Para obter Soberania Nacional na área econômica, a Esquerda brasileira no poder afastou-se da dependência do FMI Fundo Monetário Internacional, quitou a dívida com o Fundo e tornou-se dele credor emprestando-lhe US$ 10 Bilhões, após bem sucedido processo de acumulação de reservas internacionais.
 
Manteve o Brasil aliado aos EUA, como desde sempre o País esteve, mas, desta vez, como parceiro competente, ousou não aderir ao alinhamento automático, como nos casos a seguir, por exemplo: 
 
(1º) do pedido-convite do presidente George W. Bush, dos EUA, não aceito por Lula, para que as Forças Armadas brasileiras participassem da invasão do Iraque, em 20.03.2003, e da derrubada de Sadan Hussein, em razão não somente dessa invasão não ter sido aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU e de a Agência Internacional de Energia Nuclear AIEN negar peremptoriamente que o Iraque não mais mantinha estoques de armas de extermío de populações em massa, como também pelo Brasil ter intensas relações comerciais e culturais extremamente favoráveis com países árabes, que não poderiam ser destruídas em troca do apossamento dos campos de petróleo do Iraque pelos EUA e pela pactuação de corretivo aplicado àquele país árabe por ter ousado deixar de aceitar dólares norte-americanos nas negociações de venda de seu petróleo;  
 
(2º) a intermediação brasileira, ao lado da Turquia e a pedido expresso do presidente Barack Obama dos EUA ao governo Lula, em prol de um acordo EUA-Irã, que resultasse na cessação do enriquecimento de urânio até níveis bélicos, em um quadro de iminente conflito militar a duras penas contido por Obama, frente à proposta do governo de Israel de bombardeio das usinas nucleares subterrâneas do Irã; 
 
(3º) o estímulo do governo Lula ao diálogo entre EUA e Coreia do Norte, para deter a radicalização das soluções de cada país: de um lado, a Coreia do Norte acelerando seu programa de enriquecimento de urânio a níveis militares e desenvolvendo mísseis de curto, médio e longo alcance; e, de outro, os EUA, por sua vez, deixando-se levar à uma intervenção armada em área geo-política extremamente delicada;     
 
(4º) a resistência do governo Lula em acolher a proposta norte-americana da ALCA Área de Livre Comércio das Américas, em função das desvantagens competitivas da indústria brasileira em relação à norte-americana, até a desistência pelos EUA; 
 
(5º) o pragmatismo das relações exteriores brasileiras em manter boas relações com todos os países, buscando atuar como fator de moderação nos conflitos internacionais e articulando a inserção de empresas brasileiras no mercado mundial de bens e serviços e commodities, defendendo o princípio de não ingerência em assuntos internos de cada país e, nesse aspecto, eventualmente ferindo interesses econômicos e políticos norte-americanos; 
 
e outros casos.
 
Pitbulls da Extrema Direita para o trabalho sujo
 
A despeito dessa linha construtiva de ação governamental, por inteiro distante da pecha irracional de "república sindicalista", de "governo socialista e comunista", a extrema Direita, ardilosa e manipuladora, aplicou essas expressões de ordem em suas manifestações a partir de 2013, apoiada pelas corporações patronais FIESP, FEBRABAN, CNC, CNI, notadamente, com o suporte de comunicação em massacre ao grande público pela TV Globo e TV Bandeirantes, notadamente, pelas revistas semanais Veja, Época e Isto É, pelos jornais O Globo, Estadão e Folha de São Paulo, em um processo evidentemente orquestrado pelo segmento ainda mais abastado, crápula e amoral da poderosa elite brasileira, por certo, odiosa do Povo Brasileiro, desagradada e insurgente do jogo democrático e, subalterna de interesses externos, da elevada dose de soberania alcançada pelo País sob o governo da Esquerda.
 
Todo o design político, notadamente desde a reeleição de Dilma Rousseff, leva à conclusão que a Direita acionou, alimentou e apoiou, em nosso País, a ação pública da Extrema Direita, que saiu às ruas para fazer enfrentamento irracional contra movimentos sociais e ativistas, nas emissóras de rádio e de TV, nos jornais da mídia conservadora e nos blogs de personagens de ultra-direita.
 
Esse posicionamento da Direita deu-se na confiança equivocada de que ela poderia manter o controle do grupo ultradireitista e comandar o processo eleitoral em favor da candidatura de Geraldo Alkimin. Contudo, a comunicação social do grupo ultradireitista ocupou plenamente o espaço no ambiente político de grande rejeição à esquerda, conduzindo a candidatura de Jair Bolsonaro à vitória nas eleições presidenciais.
 
Neste momento, a Direita continua prestigiando o candidato vencedor ultradireitista, confiante de que pode mantê-lo sob seu controle ou, caso necessário, vir a descartá-lo. Mas não há qualquer garantia de que possa ter êxito em sua perigosa estratégia. Ao contrário.
 
Diante do abandono, pela Direita, do processo negocial político de que resultou o impeachment de Dilma Rousseff e a crise de governabilidade que desde então atinge o País, a prisão de Lula, o defenestramento da Esquerda brasileira, são grandes as possibilidades de o registro do PT ser cancelado no TSE Tribunal Superior Eleitoral, de Lula permanecer preso por muito tempo, de Dilma ser processada e presa, bem como de esse processo ser estendido a todos os demais partidos da Esquerda, a suas lideranças e personagens de destaque.
 
Novo Período de Trevas
 
Assim, lastimavelmente, não é pequena a possibilidade de o País adentrar ainda mais fundo em um novo período de trevas, com cassações de mandatos políticos e prisões, com ainda maiores restrições à concessão de habeas corpus pelos tribunais, notadamente pela ingerência do Exército no STF, com o retorno e disseminação da tortura, com a prometida criminalização e perseguição de movimentos sociais, com o fechamento judicial e policial de sindicatos de trabalhadores, com perseguição e proibição de movimentos estudantis, como o Ministério Público já o fez em vários estados, tudo sob o beneplácito da justiça morista e outras barbaridades que a civilização brasileira julgava como infortúnios do passado.

 

 



Fonte: da Redação JF





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