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Economia e Finanças

15 de Maio de 2019 as 20:05:30



ATA DO COPOM Taxa Selic ainda em nível confortável, mas espera-se que BC corte a Selic


Ata do COPOM:  Taxa Selic ainda em nível confortável
Maio 14, 2019
A ata sugere que o Copom segue confortável com o nível da taxa Selic, mas esperamos que o BCB volte a cortar juros na reunião de setembro.
 
• A ata do Copom sugere que, apesar do desapontamento com o ritmo de recuperação, o Copom segue bastante confortável com o patamar atual da taxa Selic.
 
O Comitê indica que, embora o PIB do 1T19 possa apresentar contração, a atividade provavelmente se recuperará adiante, e acrescenta que precisará ver sinais de que os efeitos defasados dos choques de 2018 tenham se dissipado antes de qualquer reavaliação sobre esse cenário.
 
Além disso, o texto sugere que o Copom também precisará avaliar em que medida a incerteza sobre a sustentabilidade fiscal pode estar contendo a atividade. As autoridades parecem indicar, em resumo, que a aprovação da reforma da previdência pode ser uma condiçao suficiente para acelerar fortemente o crescimento – nós acreditamos que esta é uma condição necessária, mas não suficiente.
 
Dessa forma, ainda esperamos que o BCB volte a cortar a taxa de juros em sua reunião de setembro. Os próximos passos da política monetária no Brasil devem ficar mais claros na segunda quinzena de junho, com a reunião do Copom, a publicação do RTI e a definição da meta para 2022.
 
Atualização da conjuntura e cenário-base
 
Seguindo a mudança implementada no comunicado pós reunião, o Copom revisou sua avaliação sobre a situação atual da atividade econômica, ao afirmar que os indicadores recentes sugerem que o arrefecimento observado no final de 2018 continuou no início de 2019.
 
O comitê cita que é provável que o primeiro trimestre do ano apresente crescimento negativo, e também que as revisões nas projeções de mercado embutem redução do ritmo de crescimento previsto para os próximos trimestres.
 
No entanto, o Copom afirma que, a despeito da interrupção do processo de recuperação gradual da atividade econômica, o seu cenário base contempla retomada à frente.
 
Com relação ao ambiente externo, o comitê avalia que o cenário permanece desafiador. Riscos associados à normalização das taxas de juros nas economias avançadas são descritos como reduzidos no curto e médio prazo, enquanto os riscos associados a uma desaceleração global permanecem como fonte de pressão.
 
O comitê avalia que medidas de inflação subjacente estão em níveis apropriados, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária.
 
O texto em seguida descreve as principais premissas e projeções do Copom. Considerando as expectativas extraídas da pesquisa Focus para câmbio e juros, a projeção de inflação do Copom para 2019 subiu para 4,1% (de 3,9%) e permaneceu em 3,8% para 2020.  Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2019 em 6,50% a.a. e atinge 7,50% em 2020, além de uma taxa de câmbio que termina 2019 em R$/US$ 3,75 e 2020 em R$/US$ 3,80. 
 
As projeções para a inflação de preços administrados subiram para 5,3% em 2019 e 5,0% em 2020 (ante 5,1% e 4,7%, respectivamente). No cenário de referência, com juros constantes a 6,50% a.a. e taxa de câmbio constante em R$/US$ 3,95, a projeção de inflação para 2019 se elevou para 4,3% (de 4,1%) e permaneceu em 4,0% para 2020. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados subiram para 5,6% para 2019 (ante 5,4%) e 5,1% para 2020 (de 4,8%).
 
Riscos
 
O comitê continua descrevendo o balanço de riscos como simétrico. No entanto, agora avalia que o risco associado à ociosidade dos fatores de produção se elevou na margem. Não houve nenhuma mudança no que diz respeito à descrição dos riscos de alta, que consistem na possibilidade de frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira e a uma deterioração do cenário para economia emergentes. 
 
Discussão de política monetária 
 
No parágrafo 12, o Copom avaliou a evolução recente da atividade econômica e concluiu que o arrefecimento observado no final de 2018 teve continuidade em 2019. Em particular, o comitê entende que os indicadores disponíveis sugerem probabilidade relevante de contração do PIB no 1T19, após ajustes de efeitos sazonais.
 
Segundo o Copom, os dados aquém do esperado no primeiro trimestre induziram revisões substantivas nas projeções de crescimento de 2019 compiladas pela pesquisa Focus, com implicações para o restante do ano devido ao carrego estatístico.
 
Além do carrego mais fraco, o comitê reconhece que tais revisões embutem também alguma redução do ritmo de crescimento previsto para os próximos trimestres. Mesmo avaliando que o processo de recuperação gradual da atividade econômica sofreu interrupção, o Copom destaca que seu cenário base contempla retomada adiante. 
 
Ainda sobre atividade econômica, no parágrafo 13 os membros do comitê voltaram a pontuar que a economia brasileira sofreu diversos choques em 2018, que produziram impactos sobre a economia e aperto relevante das condições financeiras, o que deve ter reduzido sensivelmente o crescimento. O Copom destaca que alguns desses efeitos ainda persistem. 
 
No parágrafo 14, o Comitê discutiu como foi interpretada sua comunicação quanto a necessidade de observar a economia brasileira para produzir um diagnóstico sobre seu desemprenho nos últimos trimestres. O Copom destaca que, além dos choques já mencionados, incertezas quanto a fundamentos econômicos – notadamente sobre a sustentabilidade fiscal – têm efeitos adversos sobre a atividade econômica. Neste sentido, o parágrafo 15 destaca que o Comitê vê como tendo potencial expansionista para a economia reformas que gerem sustentabilidade da trajetória fiscal futura.  
 
Quanto à conjuntura internacional, o parágrafo 17 mostra que o comitê pondera que o cenário se mantém desafiador. Levando em conta informações recentes sobre economias desenvolvidas e a comunicação de importantes bancos centrais, o cenário básico do Copom considera que diminuíram, no curto e médio prazos, os riscos associados à normalização das taxas de juros nas economias centrais.
 
Mas o comitê avalia que permanecem os riscos associados a uma desaceleração da economia global e que incertezas sobre políticas econômicas e de natureza geopolítica podem contribuir para um crescimento global ainda menor.   
 
No parágrafo 18, o Copom discute as projeções recentes de inflação e as medidas de inflação subjacente. Estas últimas encontram-se em níveis apropriados e indicam convergência da inflação em direção às metas de 2019 e 2020, segundo o comitê.
 
O Copom antecipa que a inflação acumulada em 12 meses atingirá um pico no curto prazo para, em seguida, recuar e encerrar 2019 em torno da meta para a inflação. Novamente, o comitê ressaltou que a consolidação desse cenário favorável, com inflação nas metas no médio e longo prazos, depende do andamento de reformas e ajustes necessários na economia brasileira. 
 
Segundo o Copom, o balanço de riscos ainda mostra-se simétrico, como destaca o parágrafo 19, apesar da avaliação de que o risco associado à ociosidade dos fatores de produção se elevou na margem.  
 
O parágrafo 20 relata que o comitê decidiu não voltar a repetir a mensagem de que a melhor forma de manter a trajetória da inflação em direção às metas é conduzir a política monetária com cautela, serenidade e perseverança. O Copom entende que isso não deveria ser interpretado como mudança de sua forma de condução da política monetária. 
 
No parágrafo 25, o Copom reafirma que julga importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, com menor grau de incerteza e livre dos efeitos remanescentes dos diversos choques a que foi submetida no ano passado e, em especial, com redução do grau de incerteza a que a economia brasileira continua exposta. O comitê destaca novamente que considera que esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída no curto prazo.    
 
Decisão de política monetária   
 
Na avaliação do comitê, a decisão de manter a taxa de juros estável é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante da política monetária, que inclui o ano de 2019 e, em maior grau, de 2020.
 
O Copom voltou a afirmar que a conjuntura econômica prescreve postura estimulativa (juros abaixo da taxa de equilíbrio), mas manteve o alerta de que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é condição essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos. 
 
Seguindo a prática recente, o Copom manteve a flexibilidade para definir seus próximos passos, ao afirmar que os mesmos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.
 
Como no comunicado, o comitê manteve a afirmação de que é importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, na ausência dos efeitos remanescentes dos choques observados em 2018 e – agora com maior ênfase – com a redução do grau de incerteza a que a economia ainda está exposta. O Copom considera que esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída no curto prazo.
 
Interpretação
 
Dessa forma, a ata do Copom sugere que, apesar do desapontamento com o ritmo de recuperação, o Copom segue bastante confortável com o patamar atual da taxa Selic. O comitê indica que, embora o PIB do 1T19 possa apresentar contração, a atividade provavelmente se recuperará adiante, e acrescenta que precisará ver sinais de que os efeitos defasados dos choques de 2018 tenham se dissipado antes de qualquer reavaliação sobre esse cenário.
 
Além disso, o texto sugere que o Copom também precisará avaliar em que medida a incerteza sobre a sustentabilidade fiscal pode estar contendo a atividade. As autoridades parecem indicar, em resumo, que a aprovação da reforma da previdência pode ser uma condição suficiente para acelerar fortemente o crescimento – nós acreditamos que esta é uma condição necessária, mas não suficiente.
 
Dessa forma, ainda esperamos que o BCB volte a cortar a taxa de juros em sua reunião de setembro. Os próximos passos da política monetária no Brasil devem ficar mais claros na segunda quinzena de junho, com a reunião do Copom, a publicação do RTI e a definição da meta para 2022.
 
Confira no anexo a íntegra do estudo preparado pelos economistas integrantes do Depto de Pesquisa Econômica do Itaú Unibanco

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Depto Econômico do Banco ITAÚ. Mário Mesquita, Economista Chefe

 
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