Em assembleia na noite desta 4ª feira, 11.06, os metroviários de São Paulo decidiram não fazer nova greve. A paralisação estava sendo cogitada como forma de pressionar o governo estadual a readmitir 42 trabalhadores demitidos após cinco dias de greve, encerrada na última 2ª feira, 09.06.
“A categoria viu que, talvez, nesse momento não estivesse tão preparada, ainda mais no período da Copa. A imprensa provavelmente nos acusaria de tentar impedir a Copa”,
ressaltou o representante dos metroviários, Altino Prazeres sobre a votação.
A decisão contrariou a posição inicial da diretoria do sindicato da categoria, que pretendia convocar uma nova greve para tentar a readmissão dos dispensados.
“A gente acha que teria condições de enfrentar o governo e talvez resolver o problema. E mais, nós teríamos apoio de todas as centrais sindicais”,
avaliou Prazeres.
Na assembleia, Prazeres disse que as demissões são uma posição política e não estão ligadas a atos concretos cometidos pelos trabalhadores. Ele convocou os trabalhadores a continuar mobilizados pela reintegração dos companheiros dispensados. Será feita, inclusive, uma campanha para arrecadar dinheiro para ajudar a os demitidos e pagar a multa de R$ 900 mil imposta ao sindicato pela Justiça do Trabalho, que julgou o movimento grevista abusivo.
Antes da deliberação de hoje sobre uma nova paralisação, houve um ato de apoio à categoria, com a participação de centrais sindicais, políticos e movimentos sociais. O superintendente do Ministério do Trabalho em São Paulo, Luiz Antonio Medeiros, anunciou que autuou o Metrô pelas demissões dos grevistas. De acordo com ele, os desligamentos foram ilegais.
“A lei brasileira garante o direito de greve”,
enfatizou.
Durante a tarde, metroviários e representantes da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) participaram de uma reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT), na capital paulista, que terminou sem acordo sobre as readmissões.
Está marcada para 5ª feira, 12.06, uma manifestação contra as demissões, com saída da sede do sindicato dos metroviários, na zona leste paulistana.