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Internacional

24 de Abril de 2021 as 21:04:16



BIDEN confirma como genocídio o massacre de armênios pelos turcos, em 1915


Imagem do genocídio contra os armênios, em 1915
 
Declaração histórica elevou a tensão entre Turquia e EUA
 
O presidente norte-americano Joe Biden afirmou neste sábado, 24.04, que os massacres de 1915 contra armênios durante o Império Otomano constituem genocídio, uma declaração histórica que enfureceu a Turquia e deve tensionar ainda mais os laços entre os dois aliados da OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte.
 
A decisão amplamente simbólica, quebrando décadas de linguagem cuidadosamente calibrada da Casa Branca, será provavelmente comemorada pela diáspora armênia nos EUA, mas chega em um momento no qual Turquia e Estados Unidos têm profundas discordâncias sobre uma série de assuntos.
 
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que a país “rejeita inteiramente” a declaração dos EUA que, segundo ele, foi baseada “apenas em populismo”.
 
A mensagem de Biden foi recebida com “grande entusiasmo” pelo povo da Armênia e armênios ao redor do mundo, disse o primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan, em uma carta ao presidente dos EUA.
 
Em seu comunicado, Biden afirmou que o povo norte-americano honra “todos os armênios que pereceram no genocídio que começou exatamente 106 anos atrás”.
 
“Ao longo das décadas, imigrantes armênios enriqueceram os Estados Unidos de incontáveis maneiras, mas nunca esqueceram esta história trágica… Nós honramos a história deles. Nós vemos a dor. Nós afirmamos a história. Não fazemos isso para atribuir responsabilidade, mas para garantir que o que aconteceu nunca se repita”,
 
disse Biden.
 
Em comentários que tentam amenizar o golpe, uma autoridade sênior do Governo disse a repórteres que Washington encorajou Armênia e Turquia a buscar uma reconciliação e que continua vendo a Turquia como uma aliada crucial na Otan.
 
Durante décadas, medidas para reconhecer o genocídio armênio empacaram no Congresso dos EUA e presidentes norte-americanos se abstiveram de chamá-lo dessa maneira, preocupados com as relações com a Turquia e diante de um intenso lobby de Ankara.
 
A Turquia aceita que muitos armênios que viviam no Império Otomano foram mortos em conflitos com as forças otomanas durante a Primeira Guerra Mundial, mas contesta os números e nega que os assassinatos foram sistematicamente orquestrados e que constituem um genocídio.
 
OPINIÃO DA REDAÇÃO JF
 
A diplomacia dos EUA tratou sempre com grande cuidado a questão do genocídio turco contra o povo armênio, em 1915. Até o "falcão" Mike Pompeu, secretário do Departamento de Estado norte-americano, no governo Trump, respeitou o tradicional posicionamento histórico do governo dos EUA de não se pronunciar sobre essa questão. Porque razão Joe Biden, do partido Democrata, que utilizou a retórica pré-eleitoral de favorecer a diplomacia, iria alterar diametralmente a tradição ?
 
Ocorre que o governo norte-americano, por meio e ações da CIA, buscou promover uma primavera árabe na Turquia, objetivando derrubar o presidente Recep Tayyip Erdogan. Uma tentativa frustrada de golpe de estado foi realizada na Turquia em 15.07.2016, da qual resultaram 300 mortos, milhares de detenções e demissões em massa na esfera pública e privada. Em 20.07.2016Erdogam decretou estado de emergência por 3 meses e foram feitas 8.660 prisões, das quais 6.000 foram de militares, entre eles 118 generais; além de100 policiais, 755 juízes e fiscais; e 650 civis.
 
Conhecido o envolvimento do governo norte-americano na tentativa de golpe de estado, Erdogan e diante da reticência das autoridades da União Europeia quanto à entrada da Turquina na UE, Erdogan buscou aproximação com o governo russo. Assim, Erdogan e Putin restabeleceram as relações diplomáticas entre Turquia e Rússia, em 10.03.2017.
 
Um elemento coadjuvante da aproximação de Erdogan à Rússia foi o enfraquecimento da defesa aérea turca com a prisão e ou demissão de pilotos dos caças da força aerea turca, categoria profissional de dificil, longa e muito dispendiosa capacitação. Assim, Erdogan buscou adquirir meios de defesa aérea russos, os famosos e respeitáveis sistemas de defesa aérea com mísseis terra-ar  S-300, S-400, S500, Pandsir e outros.
 
Esse movimento de Erdogan em direção a Putin preocupou o governo norte-americano e o Congresso dos EUA decretou o impedimento da entrega de novos caças F-35 americanos à Turquia, sob a alegação de risco de entrega aos russos das tecnologias sensíveis embarcadas naquele caça. Assim, embora cotista no projeto do F-35 e com direito contratual de recebê-los, os caças construídos para o governo turco nunca lhe foram entregues e a operação foi cancelada.
 
A desavença entre EUA e Turquia agudizou-se com a divulgação por Erdogan, em abril/2021, do comunicado do governo norte-americano que este enviaria 2 destroiers ao mar Negro, área de domínio russo. Isso permitiu a mobilização militar do governo russo e colocou os americanos em desvantagem.
 
A hipótese de trabalho é que a diplomacia belicosa do Departamento de Estado norte-americano no governo Joe Biden, exercida pelo secretário Antony Blinken, dá continuidade à guerra declarada contra a China e Rússia ainda no governo Trump, o que revela que essa guerra é uma política de estado, não meramente de governo. 
 
A estratégia do Departamento de Estado é arregimentar aliados e impor sanções e outras restrições aos países que claramente cooperarem com os adversários Rússia e China (saiba mais aqui).
 
Nesse quadro, a Turquia posicionou-se ao lado da Rússia, assim como o Brasil, conduzido pelos militares, do lado dos americanos. A Alemanha, que está por concluir o gasoduto Nord-Stream 2 em parceria com a Rússia, e que tem o maior contingente de bases norte-americanas em seu território, tem sobre si exercida gigantesa pressão política dos EUA. 
 
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Fonte: AGENCIA BRASIL.





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