Conexão Mercado - Fechamento em 01.10.2020
Roger Marçal, Gerente
Luiz Claudio Arraes Liberali
Rômulo Ramos Alves
do BB DIMEF Cenários Financeiros
Mercado Externo
Mercados iniciaram o dia esperançosos quanto à possibilidade de conclusão de uma ajuda fiscal americana, mas perderam o ímpeto no decorrer do dia, após frustração com o acordo.
► No exterior, no decorrer da sessão os investidores ficaram comedidos, pois diminuíram as expectativas sobre uma definição do pacote de estímulos fiscais para alavancar a economia americana impactada pela pandemia do coronavirus.
► O discurso da presidente da Câmara, Nancy Pelosy, de que existiria dúvidas sobre as chances de acordo com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, diminuiu o ânimo dos mercados. Ainda há expectativas p/ que as conversas sejam retomadas.
► Declarações de Chuck Schumer, líder do Partido Democrata no Senado, disse que não haveria entendimento entre a Câmara e a Casa Branca sobre tais estímulos à economia e a da porta voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, que falou que a proposta para um novo estímulo fiscal segue em US$ 1,6 trilhão, em conflito com a de Pelosi, em US$ 2,2 trilhões, contribuíram para aumentar o pessimismo dos investidores.
► O presidente do Fed NY, John Williams, afirmou que o trabalho da autoridade deve ser ampliado e buscando uma aproximação com outros bancos centrais.
► O petróleo fechou em baixa, com os investidores céticos com o ritmo de recuperação da economia global e preocupados com o equilíbrio entre oferta e demanda.
► Bolsas: Em NY, os principais índices fecharam em alta, apesar do pessimismo quanto à conclusão do acordo p/ pacote fiscal nos EUA. Na Europa, os índices registraram ganhos, à exceção de Frankfurt, que caiu após indicador PMI da indústria ter vindo abaixo das expectativas.
► Juros: as yields dos treasuries oscilaram, mas fecharam em queda, em sessão mista, garantindo alguma segurança devido às muitas incertezas ainda no cenário.
► Câmbio: o dólar fechou em ligeira queda contra a maioria das moedas. O DXY registrou leve baixa. Entre as emergentes, fechou misto, embora majoritariamente fraco.
Mercado Interno
Mercados impactados negativamente por impasse em programa social e continuidade das tensões fiscais
► No Brasil, o impasse nas discussões sobre o programa Renda Cidadã estressam os mercados, à exceção da bolsa, que se sustenta na alta das ações da Petrobras enquanto o STF realiza o julgamento sobre a venda de refinarias.
► Além das incertezas fiscais, os agentes continuam monitorando novos movimentos sobre a reforma tributária, principalmente após as críticas de Rodrigo Maia a Paulo Guedes em uma rede social ontem.
► Não obstante as preocupações com o quadro fiscal, alguns indicadores vêm apontando uma retomada do desempenho da atividade. Hoje, por exemplo, foi divulgado que a arrecadação do governo federal somou em agosto R$ 124,5 bi, contra estimativas de R$ 109 bi, de acordo com o relatório da Receita Federal.
► Por fim, o Tesouro ampliou a oferta de papéis mais longos, indo contra as expectativas dos investidores, que aguardavam uma concentração nos curtos, pressionando também a curva DI.
► Dólar: segue para fechar em alta, cotado próximo aos R$ 5,65. O real, mais uma vez, segue afetado pelos impasses fiscais e deve fechar com o pior desempenho as moedas emergentes, em dia misto da divisa americana globalmente.
► Juros: fecharam em alta, em sintonia com a alta do dólar, impulsionados por ruídos internos, preocupações fiscais e leilão de títulos de longo prazo do Tesouro.
► Ibovespa: fechou em alta, retomando o patamar de 95 mil pontos, em linha com o movimento dos pares em NY e sustentado, principalmente, na recuperação das ações da Petrobras.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise a respeito, elaborado por ROGER MARÇAL, Gerente, LUIZ CLAUDIO LIBERALI e RÔMULO RAMOS ALVES, integrantes do BB DIMEF Cenários Financeiros