Diário do Mercado na 6ª feira, 10.07.2020
Após quatro meses, a bolsa volta a fechar acima dos 100 mil pontos
Comentário.
Apesar das preocupações em torno do aumento do número de casos de coronavírus e de um possível acirramento das tensões comerciais entre China e EUA, os mercados operaram em um tom otimista após a divulgação de avanço nos testes para tratamento da Covid-19. Tanto nos EUA quanto na Europa, os mercados fecharam majoritariamente em alta.
O bom humor no exterior influenciou os negócios aqui no Brasil levando a bolsa a encerrar o pregão acima do patamar dos 100 mil pontos, o que não ocorria a quatro meses. O dólar voltou a cair e, apesar da volatilidade, acabou encerrando a semana praticamente estável. A queda no volume de serviços em maio e a inflação de junho abaixo da expectativa conduziram os juros futuros a novas quedas, inclusive nos vencimentos mais curtos.
Ibovespa.
O índice operou com volatilidade até a metade do pregão, oscilando em torno de 99,5 mil pontos durante quase toda a tarde. Ao final da sessão, o índice ganhou tração e subiu rompendo a casa dos 100 mil pontos.
No fim da sessão, o Ibovespa marcou 100.031 pontos, com uma valorização de 0,88.
Entre as maiores altas do índice, o destaque foi o desempenho das ações da CVC Brasil (CVCB3) que subiram quase 14%. Já pelo lado das mínimas, as ações da Qualicorp (QUAL3) tiveram o pior desempenho registrando uma queda de 2,53%. O giro financeiro preliminar da Bolsa foi de R$ 24,4 bilhões, sendo R$ 21,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 8 de julho (dado mais recente), os investidores estrangeiros retiraram R$ 576,194 milhões da B3, aumentando o saldo negativo do mês para R$ 3,014 bilhões. No acumulado de 2020, os investidores já retiraram R$ 79,518 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
Após um início de sessão bastante volátil, o dólar seguiu uma tendência de queda frente ao real influenciado pelo aumento do apetite a risco por parte dos investidores. No mercado doméstico, a moeda fechou a sessão cotada a 5,3213 (-0,26%).
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu a 238 pontos contra 237 registrados no dia anterior.
Juros.
Os juros futuros devolveram prêmios de risco em todos os vértices, sobretudo nos vencimentos de médio prazo, após a divulgação da queda no volume de serviços do mês de maio, assim como, do IPCA de junho abaixo da expectativa mediana do mercado. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI outubro/2020 em 2,07% de 2,10%;
DI janeiro/2021 em 2,07% de 2,12%;
DI janeiro/2022 em 3,02% de 3,10%;
DI janeiro/2023 em 4,08% de 4,18%;
DI janeiro/2025 em 5,56% de 5,63%;
DI janeiro/2027 em 6,37% de 6,43%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 10.07.2020, elaborado por RICHARDI FERREIRA, CNPI, analista senior do BB Investimentos