Diário do Mercado na 4ª feira, 08.07.2020
Bons números do varejo ajudam a sustentar a alta da bolsa
Comentário.
Em mais um dia de agenda fraca de indicadores no exterior, as bolsas americanas operaram em alta sustentadas pela divulgação de avanços no desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus. Na Europa, as incertezas em relação à recuperação econômica derrubaram as bolsas por lá.
Já no Brasil, a divulgação dos dados do comércio varejista, mostrando um crescimento acima do esperado no volume de vendas, animou os investidores por aqui e fez com que a bolsa operasse em alta desde o início do pregão voltando a atingir o patamar dos 100 mil pontos. No mercado cambial, o dólar voltou a ceder após dois dias seguidos de alta.
A sinalização de melhora da atividade econômica contribuiu para o fortalecimento do real. Os juros futuros com prazos de vencimento mais longos fecharam perto da estabilidade, enquanto os de curto e médio prazos apresentaram uma ligeira alta, com o aumento das apostas de manutenção da Selic na próxima reunião do Copom.
Ibovespa
O índice abriu a sessão em forte alta animado pelos dados do comércio varejista acima do esperado. Durante a tarde, o Ibovespa chegou a superar a casa dos 100 mil pontos mas recuou um pouco antes do fechamento, encerrando a sessão aos 99.769 pontos, uma alta de 2,05%.
Entre as maiores altas do índice, o destaque foi o desempenho da Braskem (BRKM5) com uma alta de 6,51%. Já pelo lado das mínimas, as ações da CVC (CVCB3) novamente tiveram o pior desempenho registrando uma queda de 6,07%. O giro financeiro preliminar da Bolsa foi de R$ 26,5 bilhões, sendo R$ 24,1 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 6 de julho (dado mais recente), os investidores estrangeiros retiraram R$ 286,713 milhões da B3, aumentando o saldo negativo do mês para R$ 1,27 bilhão. No acumulado de 2020, os investidores já retiraram R$ 77,774 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dia foi marcado pelo movimento de enfraquecimento do dólar no mercado externo após a divulgação de avanços no desenvolvimento da vacina contra Covid-19. Domesticamente, a surpresa positiva com a divulgação das vendas do varejo acima do esperado contribuiu também para a valorização do real frente ao dólar.
A moeda terminou o dia cotada a R$ 5,3460, uma queda de 0,67%. O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu a 235 pts contra 232 registrados no dia anterior.
Juros.
Como reflexo dos dados do varejo acima do esperado, os juros futuros com vencimentos a curto e médio prazos fecharam em alta com o aumento da expectativa de fim do ciclo de cortes nos juros.
Os juros com vencimento mais longos, por outro lado, fecharam com uma ligeira queda, bem próximos da estabilidade. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI outubro/2020 se manteve em 2,10%;
DI janeiro/2021 em 2,13% de 2,10%;
DI janeiro/2022 em 3.08% de 2,95%;
DI janeiro/2023 em 4,17% de 4.06%;
DI janeiro/2025 em 5,67% de 5,63%;
DI janeiro/2027 em 6.48% de 6,51%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 08.07.2020, elaborado por RICHARDI FERREIRA, CNPI, analista do BB Investimentos
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