Diário do Mercado na 4ª feira, 21.08.2019
Ibovespa sobe com notícia de privatizações e exterior favorável
Comentário.
O Ibovespa avançou e suplantou a oscilação acumulada nos quatro últimos pregões em um dia só – é a renda variável. O panorama andava indefinido, com pressões sobre os mercados emergentes, mas, a notícia interna do plano de privatizações de 17 empresas estatais levou o humor dos agentes a reverterem para um tom positivo.
Também, o bom humor dominou o quadro externo, com a interpretação benigna pelos agentes da ata do Fed, que fomentou ganhos nas bolsas de Nova York e nos demais mercados acionários mundo afora.
O documento do Banco Central norte-americano foi considerado brando, sinalizando que a economia dos EUA segue consistente – ademais, não disse nem que sim, nem que não para a continuidade da redução da taxa de juros, mas deixou a porta aberta para mais afrouxamento de sua política monetária ainda este ano.
Neste panorama, o índice brasileiro foi impulsionado, parecendo até que
houve ingresso de capital externo, e, mantida a trégua externa, tem boa possibilidade de prosseguir progredindo.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0300 (-0,52%), com o Banco Central efetuando leilão de moeda à vista conjugado com swap cambial reverso. Já a curva da estrutura a termo da taxa de juros caiu como um todo, não só pelo recuo do dólar, como o melhor humor dos mercados externos e internos.
Ibovespa.
O índice abriu ascendente e foi gradualmente avançando, com o bom humor dos investidores se ratificando com a escalada na hora final de negócios. As empresas estatais apresentaram vistosas evoluções, com a notícia de privatizações. Os papéis do setor de bancos também subiram, assim como a Vale, apesar da tendência de baixa do do preço do minério.
O Ibovespa fechou aos 101.201 pts (+2,00%), acumulando agora +1,40% na semana, -0,60% no mês, +15,15% no ano e +34,61% em 12 meses. O pujante giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 18,473 bilhões, sendo R$ 17,059 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 17 de agosto (último dado disponível), houve entrada líquida de R$ 562,191 milhões em capital estrangeiro na Bolsa, com a retirada líquida cedendo a R$ 9,033 bilhões no mês. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 19,467 bilhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA, a ata da última reunião do Fed foi divulgada e sinalizou uma visão de expansão da atividade econômica em ritmo moderado, além de expectativas de inflação “ancoradas”. Mas, os membros da instituição também citaram que utilizando uma política monetária oportuna, a inflação poderia convergir para a meta no ano de 2,00%.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em queda frente ao real, em um dia benéfico para moedas emergentes. Num pregão marcado pelo início da nova atuação do Bacen no mercado de câmbio, com vendas de dólar à vista e swap cambial reverso, além de swap cambial tradicional (funciona como venda futura).
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 4,0300 (-0,52%), variando +0,67% na semana, +5,53% no mês, +4,00% no ano e -0,27% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu a 137 pts ante 139 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa, na esteira do movimento de queda do dólar.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 5,40% de 5,43%; DI janeiro/2021 em 5,36% de 5,44%; DI janeiro/2023 em 6,34% de 6,44%; DI janeiro/2025 em 6,85% de 6,95%; DI janeiro/2027 em 7,17% de 7,25%.
Para a semana.
Brasil: Confiança do Consumidor, IPCA-15 e Coleta de impostos;
EUA: Novos pedidos seguro-desemprego e PMI Manufatura;
Alemanha e França: PMI Manufatura;
Zona do Euro: PMI Manufatura e Confiança do Consumidor.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 21.08.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.
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