Diário de Mercado na 4ª feira, 21.11.2018
Ibovespa “se ajusta” às quedas da véspera das bolsas pelo mundo
Comentário.
Simplesmente, como os mercados domésticos não funcionaram ontem em virtude de feriado, a sessão de hoje foi marcada por correção para baixo do índice doméstico.
O movimento foi reflexo das perdas ocorridas na véspera nos índices acionários de Nova York e nas principais bolsas europeias, deflagradas por conta do tombo nos preços do petróleo no mercado internacional.
Em suma, o mercado brasileiro operou sempre em campo negativo nesta sessão, tendo sofrido firme pressão vendedora de início, mas recuperando logo depois algum terreno, para seguir oscilando basicamente em torno dos 87 mil pts no restante do pregão.
Internamente, o governo eleito vai gradativamente indicando e divulgando nomes que farão parte de seus quadros a partir de janeiro de 2019, que têm sido afiançados pelo mercado. Ademais, os agentes já precificaram que quaisquer reformas que se façam necessárias não deverão ocorrer mais neste ano.
Ibovespa.
O principal índice doméstico abriu a sessão com firme recuo, puxado pelas quedas na véspera em Nova York e mau desempenho das commodities. O declínio foi impulsionado pelos desempenhos negativos que atingiram as principais blue chips; Petrobras, Vale e os papéis de bancos, com destaque negativo para a petroleira, que ecoou a tendência de queda dos preços do petróleo da terça-feira. Já BRF e Ultrapar lideraram entre os avanços.
O Ibovespa fechou aos 87.268 pts (-0,72%), acumulando recuo de 0,18% em novembro e alta de 14,22% no ano e 16,99 em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,8 bilhões, sendo R$ 12,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 16 (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 254 milhões da bolsa, aprofundando o saldo negativo de novembro para R$ 3,6 bilhões. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é deficitário em R$ 9,5 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a segunda prévia de novembro do IPC-Fipe registrou inflação de 0,37%, ante 0,40% aferida no início do mês. O grupo Transporte desacelerou de 0,45% para 0,25%, assim como o setor de Habitação que passou de 0,16% para 0,03%. Já Despesas pessoais apresentou aceleração de 0,24% para 0,67%.
Os dados do Caged do mês de outubro apontaram a criação de 57.733 vagas de empregos, na série sem ajuste sazonal, ficando abaixo do resultado esperado, que indicava a abertura de 65.000 novos postos no mês.
Nos EUA, as encomendas de bens duráveis sofreram uma queda de 4,4% em outubro, em relação a setembro, nível acima da projeção de queda de 2,6%. O número de pedidos de seguro-desemprego aumentou 3 mil ante a semana anterior, passando para 224k.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) subiu internamente, também se readequando ao seu comportamento no exterior.
A divisa fechou cotada a R$ 3,7970 (+1,01%), acumulando altas de 1,85% no mês, de 14,54% no ano e de 16,79% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 214 pts, ante 208 da última segunda-feira.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, se alinhando ao mercado internacional, mas se descolando hoje dos movimentos do dólar e a queda da bolsa.
O DI para janeiro de 2020 fechou em 6,90% de 6,93% da última sessão. O DI para janeiro de 2021 passou de 7,97 para 7,90%. O DI para janeiro de 2023 foi de 9,11% para 9,19%. O DI para janeiro de 2025 caiu de 9,73% para 9,63%.
Para quinta e sexta-feira.
Brasil: Coleta de impostos, Confiança industrial CNI e IPCA-15;
EUA: PMI Manufatura;
Alemanha: PIB e PMI Manufatura;
França: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 21.11.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.
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