Diário de Mercado na 2ª feira, 17.09.2018
Início de semana otimista nos mercados
Comentário.
A corrida eleitoral brasileira continuou ditando a tônica dos negócios neste início de semana. Novas pesquisas divulgadas ao mercado consolidaram a visão de uma acirrada disputa no segundo turno, envolvendo candidatos de vertentes opostas.
No entanto, um indício de ligeira vantagem para o candidato considerado semi-reformista imprimiu ânimo junto aos investidores, em especial na bolsa, que apresentou bom ímpeto comprador - firme na abertura, e renovado nos minutos finais, em pregão marcado ainda pelo exercício de opções sobre ações na B3.
Nos mercados de juros e dólar, o clima de maior otimismo também favoreceu e ambos recuaram a despeito de noticiário envolvendo EUA e China, em mais um capítulo de sua guerra comercial.
Ibovespa.
O ímpeto comprador predominou nos minutos iniciais do pregão, com os investidores reagindo à leitura das pesquisas eleitorais, que reforçaram, ainda que marginalmente, as chances de vitória de chapa semi-reformista em outubro. À tarde, houve uma acomodação, que deu lugar a nova onda de alta ao final da sessão, consolidando significativa alta.
Os destaques positivos no ponderado do índice ficaram por conta da Petrobras, bancos e setor siderúrgico. Na ponta oposta, Vale e empresas ligadas a exportações, como as de papel e celulose.
O Ibovespa encerrou aos 76.788 pts (+1,80%), acumulando +0,15% no mês, +0,51% no ano e +1,36% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,263 bilhões, incluindo R$ 3,385 bilhões do exercício do vencimento de opções sobre ações, bem como R$ 8,461 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 13 (último dado disponível), houve saída de R$ 118,035 milhões em capital estrangeiro da bolsa, acumulando agora saldo negativo de R$ 739,640 milhões em setembro e retirada de R$ 3,727 bilhões em 2018.
Agenda Econômica.
No Brasil, o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) surpreendeu ao marcar um avanço de 0,57% na passagem de julho ante junho na série ajustada sazonalmente, já que a mediana das estimativas apontava para um avanço de 0,20%. Analogamente, no comparativo frente a junho de 2017, o avanço foi de 2,56%, acima do consenso (1,90%).
Câmbio e CDS.
Influenciado principalmente pelo otimismo dos investidores quanto à dinâmica eleitoral, o dólar recuou, ainda que tenha operado boa parte do dia próximo à estabilidade, graças a novos ventos oriundos da guerra comercial EUA x China.
A moeda norte-americana fechou em R$ 4,1290 (-0,84%), acumulando 1,57% no mês, 24,56% no ano e 32,64% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos cedeu a 282 pts, versus 285 pts da véspera.
Juros.
Acompanhando o dólar, e reprisando a sessão de sexta-feira, os juros futuros recuaram, em especial na seção longa da curva a termo, região que guarda maior correlação com eventos de cunho estrutural.
O principal direcionador foi a digestão das pesquisas eleitorais mais recentes, que antecipam uma maior probabilidade de vitória de um candidato vinculado a reformas.
Para a semana.
No Brasil, o principal destaque fica por conta da reunião do Copom, cuja definição da Selic – estimada pelo consenso de mercado a permanecer em 6,5% - acontecerá na quarta-feira.
Também por aqui, o IPCA-15 tem relevância, na sexta-feira, e ante, a criação de vagas na economia (CAGED), na quinta. No exterior, taxa de juros no Japão (terça), dados do setor imobiliário norte-americano (quarta e quinta), PMI da manufatura na Alemanha, França e zona do Euro, e PIB na França (sexta).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 17.09.2019, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e e HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, ambos integrantes do BB Investimentos