Diário de Mercado na 3ª feira, 27.03.2018
Ibovespa fecha no limite seguindo quedas dos índices de Nova York
Resumo
Em suma, a questão central no dia foi a pressão vendedora sobre as ações do setor de tecnologia nos EUA, deflagrada anteriormente sobre a ação do Facebook por vazamento de dados.
Os investidores elevaram hoje sua aversão ao risco para o setor praticamente como um todo, derrubando os mercados acionários em Nova York. Este movimento suplantou até o alívio causado pela diminuição da tensão comercial entre EUA e China.
O índice brasileiro, que já vinha sofrendo com a retirada de capital estrangeiro, acabou se rendendo a esse comportamento adverso e também tombou, bem como, terminou encostado em um suporte – caso venha a rompê-lo, a tendência de baixa deverá se acentuar. Vale lembrar que esta é uma semana mais curta com o feriado de páscoa da 6ª feira, 30.03.
Ibovespa.
A queda foi generalizada no índice, pesando os papéis de maiores participações (Blue Chips), tais como aqueles do setor de bancos, a Vale e a Petrobras. Os destaques positivos foram as ações da Via Varejo (VVAR11), com +5,10%, e da Pão de Açúcar, que teve alta de 3,18%, por conta de rumores de negociação da primeira com a empresa norte-americana Amazon.
O Ibovespa findou aos 83.808 pts (-1,50%), acumulando -0,67% na semana, -1,81% no mês, +9,69% no ano e +30,32% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,506 bilhões, sendo R$ 9,007 bilhões no mercado à vista.
No dado mais atual disponível, na 6ª feira, 23.03, houve saída líquida de capital estrangeiro na bolsa de R$ 662,034 milhões, perfazendo retiradas em 19 dos últimos 20 pregões, que contabilizaram -R$ 7,068 bilhões, acumulando perda de R$ 5,470 bilhões em março e tornando o saldo negativo pela primeira vez no ano, em -R$ 152,554 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC-Fipe, mostrou deflação de -0,12% na quadrissemana encerrada em 23 de março, versus -0,23% anterior - consenso em -0,05%, sendo mais um componente que sinaliza para a continuidade do cenário benigno para a inflação. O Banco Central divulgou a ata do Copom, que foi considerada amena pelos agentes, mas que assim já tinham precificado esta postura do órgão anteriormente.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) já principiou em alta e assim se manteve ao logo de toda a sessão, com a maior aversão ao risco no mercado externo. A moeda encerrou na maior cotação desde 22 de dezembro de 2012 e chegou a se aproximar de uma resistência na casa dos R$ 3,34.
A divisa fechou valendo hoje R$ 3,3280 (+0,60%), acumulando +0,36% na semana, +2,68% no mês, +0,39% no ano e +6,39% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos se manteve em 168 pts, idêntico a ontem.
Juros.
No mercado futuro, a curva da estrutura a termo subiu como um todo, após a divulgação da ata do Copom da recente decisão que cortou a taxa Selic em 25 pts-base, para 6,50% a.a. e que previu novo corte de mesma magnitude no encontro de 16 de maio próximo.
Resumidamente, depois das recentes baixas nos contratos, houve uma realização de ganhos, em um típico “sobe no boato, realiza no fato”, agravada pela adversidade externa.
Para a semana
Brasil: IGP-M/FGV, Resultados primário e nominal do setor público consolidado, CNI Conf. consumidor, RTI – Relatório Trimestral de Inflação/Bacen, Taxa de desemprego;
EUA: Balança comercial, Estoques no atacado, PIB, Consumo pessoal, Estoques de varejo, Renda e gastos pessoais, Gastos pessoais, PCE núcleo, Índ compras gerentes Chicago, Ind Confiança Univ de Michigan; Alemanha: Confiança do consumidor, IPC;
França: Confiança do consumidor, IPC;
Reino Unido: PIB;
Japão: Comércio varejista, Produção industrial, PMI Manuf;
China: Investimento estrangeiro direto, PMI manufatura, PMI não manufatura, Composite PMI, Caixin China PMI Manuf.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise d comportamento do mercado na 3ªfeira, 27.03.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos
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