Diário de Mercado - 20.03.2018
Em véspera de decisões de Bancos Centrais, ajuste de posicionamentos
Resumo.
Os agentes se movimentaram na 2ª e nesta 3ª feira, 20.03, focados na 4ª feira, 21.03. Esta “super” 4ª feira, como está sendo chamada pelo mercado doméstico, estão agendadas as decisões de políticas monetárias pelo Copom no Brasil e pelo FOMC nos EUA.
Internamente, é consenso que a taxa Selic deverá recuar 25 pontos-base, para 6,50% a.a., com dúvidas se e como o Banco Central ainda deixará uma “porta entreaberta” para a chance de novo corte em sua deliberação de 16 de maio próximo.
Externamente, os agentes já precificaram elevação de juros de 25 pts-base pelo Fed para o intervalo entre 1,50% e 1,75%, sendo que a precaução dos investidores advém da possibilidade de um tom mais duro do órgão, além de ser a primeira movimentação da taxa com o novo presidente, Jerome Powell.
De outra mão, uma dissonância que vem chamando bastante atenção no Ibovespa é desde sua máxima histórica, aos 88.317 pts, no recente dia 26 de fevereiro, houve saída de capital externo da bolsa em todos os 15 pregões, que somam R$ 5,035 bilhões até o último dado disponível, do dia 15 de março. Todavia, o índice brasileiro recua tão somente -1,39% neste mês e acumula alta de +10,16% em 2018 (subiu 11,14% em janeiro/18).
Ibovespa.
Os setores que mais sofreram ontem foram beneficiados hoje, indicando ajustes pelas quedas exacerbadas diante da cautela antes das decisões de juros. Assim, destaques positivos para os papéis do setor de siderurgia e mineração e, depois, para a Petrobras, bem como algumas ações do setor de bancos performaram positivamente.
E, ao contrário do movimento recente, o papel da Suzano teve desempenho negativo, mas, ainda acumula cerca de 40% de alta no mês, por conta da notícia de sua fusão com a Fibria.
O Ibovespa terminou aos 84.163 pontos (+0,30%), acumulando -1,39% no mês, +10,16% no ano e +29,71% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 8,26 bilhões, sendo R$ 8,08 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, na 6ª feira, 15.03, a saída líquida de capital estrangeiro da bolsa foi de R$ 532,530 milhões, acumulando saldo negativo de R$ 3,97 bilhões em março. Em 2018, a Bovespa acumula agora R$ 1,348 bilhões.
Agenda Econômica.
Em dia de indicadores menos relevantes, no Reino Unido, a inflação ao consumidor (IPC) ficou “bem comportada” em fevereiro. O índice variou +0,4% no mês, ante -0,5% em janeiro – consenso em +0,5%. Já em comparação com com fevereiro do ano passado, a taxa cedeu para +2,7%, contra +3,0% em jan-18 / jan-17 – consenso em +2,8%; sendo que seu núcleo baixou a +2,4% no mês, contra 2,7% antes – consenso em +2,5%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), após leve e rápida abertura em baixa, seguiu em navegando sempre em terreno positivo, acompanhado o mercado externo e ascendendo um pouco mais na hora final de negociações, na qual suplantou os R$ 3,30.
A divisa encerrou em R$ 3,3080 (+0,67%), acumulando +0,95% na semana, +2,07% no mês, -0,21% no ano e +7,68% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos ascendeu a 162 pts, versus 151 de ontem (19).
Juros.
No mercado futuro, no dia que antecede as decisões do Copom no Brasil e do Fed nos EUA sobre taxa de juros, os contratos bem curtos sofreram pequenas correções para baixo. Já a partir do DI abr/19 mostraram elevações, com destaque para a parte média da curva da estrutura a termo, mas, com elevações também do vértice de jan/24 em diante.
Para a semana:
Brasil: Confiança industrial CNI, Taxa Selic - Decisão Copom, Confiança do Consumidor / FGV, IPCA-15 / IBGE, Saldo em conta corrente, Investimento Estrangeiro Direto;
EUA: Saldo em conta corrente, Vendas de casas usadas, Taxa de juros - Decisão FOMC, PMI Manufatura, Índice antecedente, Pedidos de bens duráveis, Vendas de casas novas;
Alemanha: PMI Manufatura;
França: PMI Manufatura;
Reino Unido: Taxa do Banco da Inglaterra (BoE);
Japão: PMI Manufatura, IPC.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento domercado na 3ª feira, 20.03.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos
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