Diário de Mercado na 5ª feira, 15.03.2018
Persistência de saída de capital prossegue debilitando o Ibovespa
Resumo.
O Ibovespa teve desempenho negativo pelo terceiro pregão consecutivo, muito provavelmente com retirada de recursos por estrangeiros.
Vale lembrar que vem ocorrendo saída líquida de capital externo desde a sua máxima pontuação histórica, em 88.317 pts, no último dia 26 de fevereiro, até o recente pregão de 13 de março - último valor divulgado, que acumularam saída de R$ 4,407 bilhões.
O índice brasileiro se descolou negativamente dos índices acionários norte-americanos, com o S&P500 fechando “de lado”.
Petrobras: 4 anos em prejuízo
Internamente, houve a divulgação do balanço da Petrobras, que foi considerado aquém das expectativas pelos agentes e corroborou o mau humor dos investidores no dia. A petrolífera, mesmo tendo comentários favoráveis por sua performance operacional, registrou seu quarto ano consecutivo de prejuízo em 2017, apesar deste ter sido reduzido para R$ 446 milhões, ante perda de R$ 14,824 bilhões em 2016. Também, não haverá distribuição de dividendos referente ao resultado do ano passado.
Ibovespa.
O índice abriu em baixa e assim atravessou todo o pregão, com um pouco mais de pressão vendedora após às 14h.
As ações da Petrobras foram os destaques ponderados negativos, com a PETR4 fechando na mínima do dia, em R$ 21,31 (-4,78%) e giro financeiro de R$1,759 bilhão – cerca de 14,5% do volume negociado na bolsa hoje. Individualmente, a Marfrig (MRFG3) teve a maior queda, com rumores que poderá deixar o índice em sua revisão no final de abril, bem como sofreram os papéis do setor de siderurgia – ainda impactados pelos desfavoráveis impostos de importação sancionados pelos EUA.
O Ibovespa fechou aos 84.928 pontos (-1,30%), acumulando -1,67% na semana, -0,50% no mês, +11,16% no ano e +28,22% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,140 bilhões, sendo R$ 11,761 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, na 3ª feira, 13.03, a retirada líquida de capital estrangeiro da bolsa foi de R$ 93,083 milhões, acumulando saldo negativo de R$ 2,716 bilhões em março. Em 2018, a Bovespa passou a ter entrada líquida de R$ 2,508 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-10 / FGV (Índice Geral de Preços - 10) variou +0,45% em março, ante +0,23% em fevereiro em janeiro – consenso em +0,44%, acumulando +1,48% no ano e -0,02% em 12 meses. Os seus três subíndices assim oscilaram: o IPA-10 em +0,63% (+0,09% em fevereiro), o IPC-10 em +0,10% (+0,57% em fevereiro) e o INCC-10 em +0,12% (+0,63% em fevereiro).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), se contrapondo ao mercado de risco (acionário) e se alinhando ao comportamento no mercado internacional, se valorizou perante o real hoje, pela 4ª sessão seguida.
A cotação da divisa superou os R$ 3,27 e fechou a R$ 3,2860 (+0,70%), acumulando +1,08% na semana, +1,39% no mês, -0,87% no ano e +5,93% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 146 pts, ante 145 da véspera.
Juros.
Não houve grandes movimentos nos contratos de DIs. A ponta mais curta ficou de lado, enquanto a partir do vencimento do DI Jan/21, ocorreram pequenos recuos nas taxas.
Para a sexta-feira
Brasil: IPC-S / FGV, Volume do setor de serviços IBGE;
EUA: Construção de casas novas, Licenças p/construção, Produção industrial, Sentimento Univ. de Michigan;
Zona do Euro: IPC;
Japão: Produção industrial;
China: Investimento estrangeiro direto.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 15.03.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos da equipe do BB Investimentos