Focus 11.12.2017 - Comentários
PIB possegue em gradual elevação e IPCA abaixo do piso
No relatório semanal Focus do Banco Central, entre as projeções de mercado, o destaque positivo ficou por conta da quarta elevação seguida da estimativa do PIB para 2018.
Também, a projeção da inflação pelo IPCA para 2017 foi revisada para patamar menor do que o limite inferior estipulado de 3,0%. A mudança da percepção dos agentes surgiu de última hora, após a divulgação do IPCA de novembro - penúltimo dado do ano.
Em visão anterior, comentamos que isto já era provável de acontecer e será a primeira vez na história que a inflação ficará abaixo da banda inferior – vale lembrar que o centro da meta para este ano é de 4,50% e para 2018 é de 4,25%, com variação de mais ou menos 1,5%. Em relação as demais variáveis, houve tão somente ajustes finos, mantendo o cenário como um todo com perspectiva favorável para o próximo ano.
Em termos de mercado, as expectativas dos agentes prosseguem girando ao redor de uma possível votação da reforma da previdência ainda este ano. Como o tempo é exíguo para os procedimentos necessários até o final de 2017, o mercado vai migrando e precificando cada vez mais suas perspectivas para que não ocorra este ano. De outra mão, não seguindo em frente neste momento, o governo afirma que pretende votar a proposta no início de 2018.
Inflação.
O IPCA (IBGE) desacelerou para +0,28% em novembro, ante variação de +0,42% em outubro – consenso em +0,35%, passando a acumular +2,50% no ano e +2,80% em 12 meses. No índice geral, grupo Alimentação e Bebidas variou -0,38% (-0,05% em outubro) e contribuiu com -0,09 p.p. (-0,38% no mês), declinando pelo 7º mês seguido. Já o grupo Habitação oscilou +1,27% (+1,33% em outubro) e participou com 0,20 p.p. (+1,27% no mês), impactado pela alta da energia elétrica com a mudança para o patamar 2 da bandeira vermelha (R$ 3,50 para R$ 5,00 a cada 100Kwh).
Enfim, o cenário de inflação baixa (Brasil) já está configurado, com a taxa não devendo encerrar distante de 3,00% em 2017.
Taxa Selic.
A Copom reduziu a taxa Selic em 50 pts-base, para 7,00%, baixando a taxa básica de juros para seu menor patamar histórico. Também, de modo a manter um clima favorável, não “fechou a porta” para um possível novo corte de 25 pts-base em sua próxima decisão, em 7 de fevereiro de 2018.
Câmbio.
O dólar permanece descolado do risco-país mensurado pelo CDS Brasil de 5 anos. A divisa permanece oscilando na faixa entre os R$ 3,20 e R$ 3,30 – ainda distante das mínimas ao longo do ano de 2017 (abaixo de R$ 3,10).
A moeda fechou cotada a R$ 3,2960 na 6ª feira, 08.12, acumulando +1,29% na semana, +0,80% no mês, +1,17% no ano e -2,46% em 12 meses.
Risco País.
Já o risco medido pelo CDS Brasil 5 anos encerrou aos 167 pts, ante 170 pts da semana anterior, tendo findado em sua mínima anual em 162 pts na última terça-feira (5).
PIB.
O incremento do crescimento para 2018 prossegue gradualmente em direção a 3,0%. Vários indicadores já mostram tendência favorável. A produção industrial cresceu +0,2% em outubro versus +0,3% em setembro. Na comparação anual, o índice subiu +5,3% em out-17/out-16, ante +2,5% em set-17/set-16.
O dado ainda mais positivo adveio da categoria de Bens de Capital, que propicia incremento na formação bruta de capital fixo (FBCF). Este indicador apresentou alta mensal +1,1% e elevação de 14,6% versus outubro de 2016, acumulando agora 5,6% em 2017 e 6,0% nos últimos 12 meses.
Síntese
O IPCA cedeu a 2,88% para 2017 (3,03% antes) e se manteve a 4,02% para 2018.
A taxa Selic permaneceu em 7,00% tanto para 2017, como para 2018.
O dólar se manteve em R$ 3,25 para 2017 e em R$ 3,30 para 2018.
O PIB subiu a 0,91% (0,89% antes) para 2017 e a 2,62% (de 2,60% antes) para 2018.
O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) cedeu a 167 pts (8/dez), versus 170 pts da semana anterior (1]/dez).
Confira no anexo a íntegra do relatório analítico preparado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e Wesley Bernabé, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.