O Mercado na 2ª feira, 11.12.2017
Agentes em compasso de espera no mercado doméstico
Resumo.
Em dia de agenda econômica esvaziada, a questão da votação ou não da reforma da previdência, que tem sido a tônica do mês, permaneceu como “divisor de águas” no radar dos agentes no pregão desta segunda-feira.
O índice abriu em alta com a percepção favorável dos investidores devido ao noticiário concernente à proposta a ser encaminha pelo governo para a câmara.
Todavia, no decorrer do dia, sem novas informações, a incerteza que ronda os seus desdobramentos tiraram a força do índice doméstico - que encerrou a sessão de lado (+0,09%).
O fechamento terminou encontrando importante sustentação na alta nos preços das commodities e nos bons ventos nos mercados bursáteis internacionais. Já o dólar e os juros futuros, mesmo operando em baixa durante boa parte da sessão, reverteram seus movimentos descendentes e encerraram predominantemente em alta.
Ibovespa.
Em meio a certo otimismo gerado pelo noticiário político, o índice principiou a sessão com firme alta, registrando a máxima intradiária ainda nos primeiros minutos de pregão, aos 73.360 pts (+0,86%).
Contudo, ainda pela manhã, o Ibovespa recuou e chegou a operar em campo negativo (-0,32% na mínima), com a notícia de um atentado no metrô de Nova York.
A partir daí, reagiu e as idas e vindas em campo positivo persistiram ao longo do dia e o índice voltou a aproximar-se das máximas. Mas, sem novos esclarecimentos sobre a reforma da previdência terminou perdendo gradualmente o vigor e encerrou praticamente estável.
B3, Vale e o setor de siderurgia foram destaque dentre as altas, enquanto o setor educacional sofreu firme realização.
O Ibovespa encerrou aos 72.800 pts (+0,09%), acumulando +0,43% na semana, +1,15% no mês, +20,88% no ano e +20,33% em 12 meses. O parco giro preliminar da Bovespa foi de R$ 7,107 bilhões, sendo R$ 6,852 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa.
Na 5ª feira, 07.12, houve entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 47,749 milhões na bolsa, diminuindo o saldo negativo de dezembro para R$ 524,238 milhões. No ano, o saldo acumula ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 9,238 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a primeira prévia do IGP-M para dezembro acelerou a +0,73%, ante -0,02% na primeira prévia de novembro – com o consenso em +0,68%.
Relatório Focus.
No relatório semanal Focus do Banco Central, entre as projeções de mercado, o destaque positivo ficou por conta da quarta elevação seguida da estimativa do PIB para 2018. Também, a projeção da inflação pelo IPCA para 2017 foi revisada para patamar menor do que o limite inferior estipulado de 3,0%.
A mudança da percepção dos agentes surgiu de última hora, após a divulgação do IPCA de novembro - penúltimo dado do ano. Em visão anterior, comentamos que isto já era provável de acontecer e será a primeira vez na história que a inflação ficará abaixo da banda inferior – vale lembrar que o centro da meta para este ano é de 4,50% e para 2018 é de 4,25%, com variação de mais ou menos 1,5%.
Em relação as demais variáveis, houve tão somente ajustes finos, mantendo o cenário como um todo com perspectiva favorável para o próximo ano.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou na maior parte da sessão com depreciação, mas, passou ao terreno positivo na parte da tarde, encerrando praticamente de lado.
O dólar fechou cotado a R$ 3,2990 (+0,09%), acumulando +0,65% na semana, +0,89% no mês, +1,45% no ano e -2,14% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 168 pts, ante 167 pts da última sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular próximos à estabilidade nas taxas de curto e médio prazos e com ajustes de alta nos vértices de longo prazo, próximos às máximas do dia.
Para a semana.
Brasil: Vendas no varejo, IGP-10, Confiança industrial, Volume do setor de serviços, Índice de atividade econômica e Coleta de impostos;
EUA: Orçamento mensal, IPC, Fomc – decisão de juros, Vendas no varejo, PMI Manufatura; Alemanha e França PMI manufatura e IPC;
Reino Unido: BoE - Taxa de juros; zona do euro: BCE – taxa de juros;
China: Vendas no varejo, Produção industrial, Invest. estrangeiro direto.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e Ricardo Vieites, CNPI, ambos do BB Investimentos