Diário do Mercado na 4ª feira, 30.08.2017
Ibovespa: “sobe no boato, realiza no fato”.
Resumo.
Os investidores optaram por embolsar os ganhos recentes da bolsa doméstica. Poucos minutos após sua abertura, o índice foi sofrendo pressões vendedoras, decaindo e praticamente batendo no fundo do poço do pregão por volta de meio dia e meia. A partir daí, operou com curtas variações não distantes da pontuação de fechamento.
Enfim, foi um dia de clara realização, pois as notícias consideradas favoráveis já estavam no preço. A câmara dos deputados já ratificou a alteração do déficit fiscal do governo nas LDOs (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para R$ 159 bilhões (R$139 bilhões antes) para 2017 e para R$ 159 bilhões (R$ 129 bilhões antes) para 2018, além de ter aprovado agora a TLP (Taxa de Longo Prazo) em substituição a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que será utilizada pelo BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico em empréstimos ao mercado.
Assim, houve um descolamento negativo em relação aos índices de Nova York, que avançaram na esteira da divulgação de uma prévia do PIB 2T17 norte-americano acima do esperado, apoiado em um avanço do consumo. Associado a este fato, o índice da ADP, que mensura a criação de empregos privados, mostrou geração de 237 mil postos de trabalho, acima tanto do consenso de 187 mil, como do dado anterior, que foi revisado para 201 mil vagas, amnte 178 mil apurado anteriormente.
Ibovespa.
O índice brasileiro seguiu deslizando após sua abertura, com pressões vendedoras, mas, ficou oscilando com volatilidade estrita na parte da tarde. O fechamento terminou ficando abaixo dos 71 mil pts, mas, ainda não implicou na perda de sua tendência altista no curto prazo.
O Ibovespa encerrou aos 70.886 pts (-0,62%), acumulando -0,26% na semana, +7,53% no mês, +17,70% no ano e +21,02% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 7,433 bilhões, sendo R$ 7,132 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa. A Bovespa registrou ingresso de capital externo de R$ 78,282 milhões no último dia 26 de agosto, apurando agora saldo positivo de R$ 3,308 bilhões no mês. Em 2017, acumula entrada de R$ 11,305 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o déficit primário consolidado foi de R$ 16,138 bilhões em julho, acumulando saldo negativo de R$ 16,138 bilhões no ano e déficit de R$ 170,520 bilhões em 12 meses (2,66% do PIB). Nos EUA a uma nova prévia do PIB 2T17 mostrou crescimento de 3,0%, frente a 2,6% anterior e acima do consenso de mercado, em 2,7%. Destaque para o consumo, que subiu 3,3%, ante 2,8% antes e 3,0% esperado pelo mercado.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial interbancário subiu de início, ainda impactado por uma certa tensão internacional, mas, com a amenização dos temores entre EUA e Coréia do Norte, passou a operar em baixa ao longo da tarde.
A moeda encerrou cotada a R$ 3,1600 (-0,16%), acumulando +0,19% na semana, +1,31% no mês, -2,83% na semana, -2,41% em 12 meses.
Risco Brasil. O CDS Brasil 5 anos cedeu para 198 pts, versus 200 pts na véspera.
Juros futuros.
Alguns DIs, tanto de curto, quanto de médio prazo, mostraram pequenos ajustes para baixo, com os agentes ajustando seus portfólios em relação a provável queda de 100 pts-base na taxa Selic em 6 de setembro próximo e a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário pelo Banco Central.
Destaques na agenda da semana.
Brasil: Taxa de desemprego, PMI Manufatura, PIB 2º trimestre, Capacidade instalada CNI e Balança comercial mensal;
EUA: PCE núcleo, Payroll (criação de vagas na economia), Desemprego, Índice de confiança Univ. Michigan e PMI manuf.; China; PMI manuf.;
Europa: PMIs de Alemanha, França, Reino Unido e zona do euro.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 30.08.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, ambos analístas do BB Investimentos.
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