Diário de Mercado na 5ª feira, 09.02.2017
Prévia do IGP-M fecha a trinca semanal de “expectativas inflacionárias ancoradas”
09.02.2017
Resumo do dia.
Houve melhora no humor externo, com as tensões relativas a Trump e as eleições na França atenuando-se e cedendo lugar a bons resultados corporativos e alta da cotação do barril do petróleo, ainda refletindo os baixos estoques nos EUA divulgados na véspera.
Nos EUA, discursos de dirigentes do Federal Reserve foram monitorados, mas não causaram maiores impactos.
No Brasil, apesar do auspicioso dado inflacionário da 1ª prévia do IGP-M de fevereiro, os investidores permaneceram na defensiva com novos ruídos no cenário político.
Mercado de Ações.
Após duas sessões de alta e com o incremento de incertezas no front político doméstico, o dia reservou uma trajetória errática para o Ibovespa, que passou a maior parte do pregão de hoje indefinida, entre idas e vindas entre os campos negativo e positivo.
No final, amparado pelos avanços das bolsas de Nova York, terminou com pequena elevação, apoiada na boa performance do setor de bancos e da Vale, que se sobressaíram perante a baixa da Petrobras.
O índice doméstico fechou aos 64.964 pts (+0,20%), acumulando +0,2% na semana, +0,46% no mês, +7,87% no ano e 60,04% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 6,93 bilhões, sendo o volume do mercado à vista de R$ 6,72 bilhões.
O capital estrangeiro na bolsa acumula em fevereiro (até dia 7 - último dado disponível, que teve entrada de R$ 146,18 milhões) evasão líquida de R$ 46,08 milhões, mas ingresso de R$ 6,20 bilhões em 2017.
Agenda Econômica.
Domesticamente, encerrando o apanhado inflacionário dessa semana e mais uma vez corroborando a visão de um momento positivo de desaceleração de preços, a primeira prévia da inflação ao atacado de fevereiro, medida pelo IGP-M, variou tão somente +0,10%, surpreendendo positivamente o mercado, cuja média das projeções apontava para +0,35%.
O dado denotou recuo significativo ante a primeira prévia de janeiro, em +0,86%, e a decomposição de seus subíndices assim ficou: o IPA-M (atacado) em +0,10% (+1,13% anterior), o IPC-M (varejo) em +0,22% (+0,40% anterior) e o INCC-M (construção civil) em +0,39% (+0,22% anterior). No acumulado dos últimos 12 meses, o índice acumulou +5,40% (+6,65% até final de janeiro de 2017).
Sendo assim, a trinca IGP-DI, IPCA e 1ª prévia do IGP-M divulgados nesta semana, todos vindo abaixo das estimativas, solidificam as apostas em um ciclo de abrandamento monetário com espaço cada vez mais visível dadas as expectativas inflacionárias ancoradas.
Em nossa visão, ainda que compactuemos com tal panorama, enxergamos o Bacen induzindo pelo menos mais dois cortes de 75 pontos-base na taxa Selic nas próximas reuniões do comitê, e possivelmente mais um de 50 pontos-base ao término do primeiro semestre, devendo então a autoridade monitorar os efeitos dos primeiros cortes, bem como a evolução quanto à dinâmica inflacionária.
Selic a 10.0% - Pode-se esperar baixas sequenciais de menor magnitude ao longo do segundo semestre, já com a economia a erguer-se e acreditamos, neste momento, em uma taxa básica de juros ao término de 2017 em torno de 10,0%.
Juros.
A divulgação da primeira prévia do IGP-M abaixo do piso das estimativas nesta quinta-feira movimentou tão somente os vencimentos de curtíssimo prazo, que cederam precificando um eventual corte maior na Selic nas próximas reuniões do Copom por conta da desaceleração inflacionárias, que prossegue de modo consistente.
No restante da curva, apesar de uma ligeira melhora no humor externo, as inquietações com imbróglios políticos internos impediram novos recuos, findando a maior parte dos vencimentos em estabilidade ante a véspera.
Dólar e CDS.
Pela sexta sessão consecutiva o câmbio permaneceu na faixa entre R$ 3,11 e R$ 3,12. A ausência de tendência, apesar da expectativa de queda no curto prazo oriunda de ingresso de capital estrangeiro, deriva da sinalização do Bacen em relação a efetuar a rolagem de US$ 7 bilhões em swap cambial vincendos em 1º de março próximo.
No mercado global, o dólar ganhou força ante o euro e o iene, mas, cedeu perante moedas emergentes.
No Brasil, a moeda encerrou os negócios cotada a R$ 3,1260 (+0,26%), perfazendo agora +0,06% na semana, -0,76% no mês, -3,87% no ano, e -20,13% em 12 meses.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento mercado na 5ª feira, 09.02.2017, elaborado por HAMILTON
MOREIRAL ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, do BB Investimentos
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