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Investimentos

21 de Julho de 2016 as 14:07:39



COPOM - Análise dos resultados da reunião de 20.07.2016


Cenários: Definição da taxa de juros em 20/07
 
 
A reunião do Comitê de Política monetária, cuja decisão deve ser divulgada na noite da 4ª feira, 20.07, traz consigo uma maior relevância pelo fato de ser a primeira sob condução do novo time do Bacen, capitaneado por Ilan Goldfajn, empossado presidente da autoridade monetária no dia 13 do mês passado – a equipe atual está composta por profissionais oriundos do Banco Central, do setor privado, e do meio acadêmico. 
 
A decisão sobre a taxa de juros será divulgada pouco após as 18h, enquanto a divulgação da ata está programada para a 3ª feira seguinte ao anúncio da decisão. 
 
Contexto. 
 
O que a nova configuração do colegiado não deve alterar, no entanto, é a própria taxa de juros, que se mantém no patamar atual de 14,25% desde julho de 2015 e representa a maior sequência de manutenção deste a implantação do sistema de metas de inflação em 1999.
 
Em um movimento parcimonioso há algumas semanas, o Bacen deu um sinal que foi bem recebido pelo mercado: o reforço na luta contra a inflação, reafirmando o compromisso com o arrefecimento desta para o centro da meta (4,5%). 
 
Na ocasião, a estrutura a termo da curva de juros foi deslocada imediatamente, transmitindo a expectativa dos agentes quanto à manutenção da Selic nos patamares atuais até sinais mais claros do arrefecimento sustentável da inflação.
 
Embora compartilhemos da visão quase unânime do mercado de que a postura mais pragmática, aliada aos dados recentes da economia, deixa pouco espaço para um corte de juros na atual conjuntura, entendemos prudente não negligenciar a possibilidade de uma eventual surpresa na decisão e seus eventuais impactos. Consideremos os seguintes fatores:
 
a) A favor da manutenção: em primeiro lugar, o indicador oficial de inflação ao consumidor no Brasil, o IPCA, embora tenha mostrado desaceleração no comparativo anual em junho ante maio, vem de um aumento em maio ante abril e um recuo mínimo em abril ante março, deixando dúvidas quanto ao efetivo ritmo da desaceleração. 
 
Além disso, um ingrediente de muito peso no indicador, que são os alimentos, não dá sinal de retração, e entendemos que o Bacen deve optar por aguardar um cenário menos volátil quanto à sua trajetória.
 
b) A favor do corte: o dólar, enquanto componente inflacionário, deve já mostrar significativo impacto positivo, dada a desvalorização da divisa norte-americana perante o real verificada nos últimos meses.
 
Também contribuindo para uma possível surpresa antecipatória do ciclo de afrouxo, temos o fato de que um eventual corte costuma surtir efeito na economia aproximadamente após 6 meses de sua implantação, e o Bacen poderia praticá-lo agora sabendo que a inflação ainda permanecerá recuando em um movimento inercial de uma Selic em 14,25% ao longo de mais 6 meses. 
 
Por fim, o relatório Focus aponta, na mediana das estimativas ao término de 2016, uma Selic meta a 13,25%. 
 
Tomando por base que restam 4 reuniões do Copom no ano, então um corte de 0,25% em cada uma não deixaria de ser um movimento ao mesmo tempo parcimonioso, mas sinalizador de otimismo quanto à trajetória da inflação por parte da autoridade.
 
Acreditamos que o cenário base seja de manutenção da taxa em 14,25%. Neste caso, os impactos devem ser mínimos, já que esta é a previsão quase unânime para o qual o mercado já está posicionado. 
 
O comunicado que acompanha a decisão deverá dar o tom das próximas reuniões. Por outro lado, a surpresa ficaria por conta de um corte na taxa (0,25% ou até 0,50%). 
 
Em nossa percepção, o início do ciclo de afrouxo neste momento, muito mais do que significativa diferença em termos quantitativos, representaria uma sinalização qualitativa da percepção de melhoria da conjuntura econômica brasileira, por parte da autoridade monetária, e traria uma confirmação do movimento que o mercado vem antecipando com as recentes altas da bolsa e recuperação nos índices de confiança. Possíveis reações ao corte (cenário menos provável). 
 
Para o mercado acionário, entendemos que a reação inicial seria de alta, apenas precificando uma antecipação do movimento de afrouxo monetário, que traz benefícios ao lado real para a grande maioria dos setores da economia, especialmente os ligados ao mercado interno como varejo/consumo, construção civil, e infraestrutura. 
 
Para o câmbio, em nossa concepção, mesmo com um corte, o Brasil ainda manteria yields elevados, podendo atrair fluxo positivo de divisas oriundo de uma melhor percepção dos investidores quanto à recuperação econômica, mais do que compensando uma eventual evasão pela menor remuneração do capital. 
 
Nesse caso, estimaríamos uma trajetória de apreciação do real perante o dólar modestamente mais acelerada do que a já em curso.
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise das implicações das decisões do COPOM em sua reunião de 20.07.2016, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI,Analista de Investimentos, e WESLEU BERNABÉ, CNPI, Analista Chefe, ambos do BB INVESTIMENTOS.  
 

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: RAFAEL REIS, CNPI,Analista de Investimentos, e WESLEU BERNABÉ, CNPI, Analista Chefe, ambos do BB INVESTIMENTOS.





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