Comportamento do Mercado na 3ª feira, 02.02.2016
O receio dos investidores em relação à desaceleração da economia global foi renovado nessa terça-feira, com mais um dia de forte queda nos preços do petróleo.
O contrato futuro do barril em Nova Iorque (WTI) para março fechou a US$ 29,88, queda de US$ 1,74 (5,50%). Em Londres (ICE), o petróleo Brent para abril caiu 4,44%, e fechou a US$ 32,72.
Ontem foi divulgado na China o PMI industrial (indicador antecedente) de janeiro, que recuou para 49,4, de 49,7 em dezembro, configurando o sexto mês de consecutivo de contração, e confirmando a desaceleração da economia chinesa, grande consumidora de commodities.
Os investidores temem a continuidade da desaceleração econômica e desvalorização do Yuan. Nesse ambiente de incertezas, o rendimento dos títulos públicos americanos e dos principais países europeus recuaram (movimento inversamente proporcional à variação do preço). No final da tarde, o rendimento do título público americano de 10 anos, considerado porto seguro dos investidores, caía para 1,87%.
Na Europa as bolsas fecharam em forte baixa. Em Nova Iorque as quedas também foram fortes. Às 18h10, o índice Dow Jones perdia 1,88%, enquanto o S&P 500 caía 2,05%.
Assim como no pregão de ontem, o Ibovespa abriu em queda, acompanhando as bolsas na Europa e os futuros de índice em Nova Iorque, em movimento que foi intensificado com a confirmação da abertura em queda. Entre as maiores baixas no índice estiveram as ações da Vale PN (R$ 6,57; -9,38%), Petrobras PN (R$ 4,30; -8,90%) e bancos: ITUB4 (R$ 23,25; -8,72%), ITSA4 (R$ 6,35, -8,24%) E BBAS3 (R$ 13,10, - 7,49%). No final, o índice voltou a perder os 40.000 pontos, fechando em baixa de 4,87%, aos 38.596 pontos, na mínima do dia. O volume financeiro foi de R$ 6,39 bilhões.
O dólar subiu contra a maioria das principais moedas. As divisas de países exportadores de commodities apresentaram as maiores perdas. Em relação ao Real, a alta foi de 0,63% (dólar comercial), fechando cotado a R$ 3,9924. O mercado futuro de juros acompanhou a alta do dólar, e os contratos tiveram elevação nos prazos intermediários e longos, interrompendo os ajustes das últimas sessões. Na ponta curta da estrutura a termo as taxas ficaram próximas dos ajustes da véspera.
A semana ainda reserva uma agenda carregada. Ainda hoje, será divulgado o levantamento semanal de estoques da associação de refinarias americanas. Os investidores também aguardam pelos indicadores do PMI do setor de serviços da China que será divulgado hoje à noite e o relatório de emprego do setor privado (ADP) dos Estados Unidos, que será divulgado amanhã.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado em 02.02.2016, elaborado por FÁBIO CESAR CARDOSO, CNPI-P, analista de investimento do BB INVESTIMENTOS.