Recesso Parlamentar e na CPI
No final da sessão da CPI da Pandemia de 5ª feira, 15.07, o vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), informou a suspensão das sessões da CPI a partir de 6ª feira, 16.07, para o recesso parlamentar de 18 a 31.07, com retomada em 03.08.2021. A respeito, o senado Omar Aziz afirmou:
“Num momento em que todo dia está morrendo muita gente, não temos esse direito de ter recesso. A nossa obrigação é trabalhar sem parar. Depois que o Brasil voltar à normalidade, aí toda pessoa tem direito a férias, mas, nesse momento acho que os senadores não têm direito a isso”.
Vitimização
Os trabalhos da CPI da Pandemia foram bastante intensos nas duas últimas semanas, com muitas revelações graves que podem comprometer o Ministério da Saúde e o Planalto.
A situação dramática criada pelas revelações trazidas pelos depoentes à CPI representou, nas duas últimas semanas, um poderoso cerco sobre o Executivo federal, que culminou com a hospitalização do presidente da República no HFA Hospital das Forças Armadas na 4ª feira, 16.07;
com a divulgação da foto patética do presidente despido, com sondas e sensores distribuídos pelo corpo, sobre a cama do hospital, ao lado um crucifixo gigante;
e com sua transferência em maca ao hospital Vila Nova Star, em São Paulo SP, na 5ª feira, 17.07, sob o diagnóstico declarado de obstrução intestinal.
E, pior, com a divulgação de boato que o presidente teria tido retiradas, sofridamente, as suas fezes via sonda nasal. Tudo isso, regado com um texto divugado em seu twitter, relembrando o episodio da facada, em sua campanha eleitoral, acenando novamente em prol de sua vitimização.
Suspensos os trabalhos da CPI e o bombardeio à gestão do governo federal no ministério da Saúde, o presidente da República teve alta hospitalar, neste domingo.
Na saída do hospital, com aparência saudável, seguro e com voz tonitruante, defendeu o general Pazuello, no episódio de negociação da compra, com intermediários, da vacina Coronavac -- que é distribuida no Brasil com exclusividade pelo Instituto Butantan -- a preço três vezes superior ao pago pelo governo ao Instituto.
"Todos vocês da mídia nos pressionavam por vacinas, então muitas pessoas foram recebidas lá no ministério".
"Se você ver o próprio traje do Pazuello, ele tá sem paletó, aquele pessoal se reuniu com o diretor responsável por possíveis compras no ministério, e na saída ele conversou com o pessoal.”
"Agora, aquele vídeo… Se fosse algo secreto, negociado superfaturado, ele estaria dando entrevista, meu Deus do céu? Ou estaria escondidinho lá no porão do ministério? É só analisar isso aí."
"Brasília é o paraíso dos lobistas, dos espertalhões. Ou não é? ... Lá em Brasília não falta gente tentando vender lote na lua".