CONEXÃO MERCADO – FECHAMENTO em 20.10.2020
Roger Marçal, Gerente
Clara Cerqueira
Romulo Ramos Alves
MERCADO EXTERNO
Mercados fecham no campo positivo, com investidores na expectativa de que seja anunciado até o final do dia um acordo sobre o pacote fiscal nos EUA.
► Nos EUA, Muchin, secretário do Tesouro, e Pelosi, presidente da Câmara, estão debatendo sobre os estímulos, o resultado desta conversa sai ainda hoje.
► Pelosi, em entrevista à Bloomberg, disse estar otimista com as conversas sobre o acordo fiscal e que todos querem chegar a um consenso porque as pessoas necessitam do pacote com urgência. No mais, reafirmou que alguma decisão sairá até o final do dia, apesar de ainda existirem diferenças em determinadas questões, como a ajuda a governos estaduais e locais.
► Ainda sobre o pacote, o líder republicano no Senado, McConnell, disse nesta tarde, que o Senado aceitaria um valor maior de estímulos, se houver um acordo hoje entre o governo e Pelosi. No mais, destacou que uma possível aprovação do pacote antes da eleição atrapalharia a confirmação de Amy Barret para a vaga da Suprema Corte.
► Na Europa, a UE pressionou o Reino Unido a retomar as negociações para chegar a um acordo comercial antes do período de transição do brexit, que termina no próximo dia 31/12.
► Sobre a pandemia, segundo a Reuters, os testes com a vacina da empresa AstraZeneca podem retornar ainda nesta semana.
► Bolsas: Em NY, os índices fecharam em alta, com investidores
esperançosos pelo acordo sobre um novo pacote fiscal. Próximo ao fechamento os índices reduziram os ganhos dado que Pelosi e Mnuchin voltaram a conversar. Quanto às noticias corporativas, apesar do departamento de justiça americano ter confirmado a ação judicial antitruste contra o Google, as ações da Alphabet (empresa controladora) subiram mais de 1,5% em Nasdaq. Já na Europa, as bolsas fecharam mistas, com os investidores contrabalanceado a expectativa de mais estímulos nos EUA, balanços locais surpreendentes e o avanço do coronavírus no continente.
► Juros: As yields dos treasuries fecharam próximas da estabilidade nos prazos curtos e em alta no médio e longo prazo, influenciadas pela possibilidade de um acordo fiscal.
► Câmbio: Dólar fechou majoritariamente em queda ante as moedas principais e emergentes. Destaque de exceção para a libra que apresentou leve desvalorização, influenciada pelo imbróglio com a UE sobre pacote comercial pós-brexit.
MERCADO INTERNO
Mercados operaram alinhados às expectativas por pacote de estímulos nos EUA e discursos em defesa da austeridade fiscal
► No Brasil, os mercados operaram com viés positivo, na esteira da expectativa pelo pacote de estímulos nos EUA que melhorou o humor no cenário externo e dos apelos em defesa da responsabilidade fiscal na cena doméstica.
► Nos últimos dias, diversas autoridades do governo e do Congresso alinharam seus discursos a favor da austeridade fiscal e das reformas necessárias para a retomada do crescimento do país, entre eles Maia, Guedes, Bolsonaro e outros líderes políticos.
► No Senado, Alcolumbre declarou que é possível votar sobre a autonomia do BC e a PL do gás na próxima quinta-feira. No texto referente ao BC, o Senado chegou a um acordo sobre os termos do projeto que prevê a autonomia do BC, atribuindo à autoridade a missão de não apenas assegurar a estabilidade monetária, mas também passará a perseguir o fomento ao pleno emprego do país.
► Em medida conjunta com o BC, o Tesouro ampliou hoje a oferta de NTN-B com novo formato e vencimento concentrado em 2023. O leilão foi colocado integralmente, com 3 milhões de papéis e total financeiro de R$ 11,52 bi.
► Dólar: fechou em suave queda frente ao real, quase na estabilidade, cotado próximo de R$ 5,60. A divisa americana se desvalorizou ante quase todas as moedas emergentes, em dia de demanda por ativos de maior risco, mas a valorização do real se apresentou muito tímida.
► Juros: devolveram prêmios de risco em quase todos os vencimentos, de forma mais intensa nos médios e longos, em linha com as expectativas positivas no exterior com o pacote de estímulos nos EUA e discursos em defesa do teto de gastos na cena local.
► Ibovespa: fechou em alta, recuperando o patamar simbólico dos 100 mil pontos, em linha com os pares em NY, com exterior e declarações de autoridades sobre disciplina fiscal. Destaque para alta do setor financeiro, siderurgia e papéis da Petrobras.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por Roger Marçal, Gerente, Clara Cerqueira. Romulo Ramos Alves, do BB DIMEF Cenários Financeiros