Diário do Mercado na 5ª feira, 02.04.2020
Ibovespa sobe com bolsas de Nova York e Petrobras
Comentário.
O índice doméstico teve um dia de repique apoiado nos avanços dos índices norte-americanos e nas altas das ações da Petrobras.
Nos EUA, o presidente Donald Trump citou pela manhã que acreditava que a Arábia Saudita e a Rússia estariam para fazer um acordo, com corte na produção de petróleo de pelo menos 10 milhões de barris.
O chefe do governo norte-americano explicitou inclusive que conversou com o príncipe árabe, que lhe disse que havia falado com o presidente da Rússia, mas o governo russo negou tal comunicação. Caso ocorresse um acerto entre os países, aliviaria a guerra de preços que derrubou a cotação da commodity.
O preço do barril tipo Brent chegou a subir quase 47%, mas fechou em alta de 21%, cotado a US$29,94. Independentemente do desfecho da questão, os investidores, ávidos por boas notícias, deixaram de lado momentaneamente a questão do coronavírus e a divulgação da abrupta elevação do seguro-desemprego nos EUA e foram às compras, impulsionando os mercados acionários pelo mundo.
O índice Vix, que mede a aversão ao risco, se manteve me patamar elevado, mas cedeu a 50,91 de 57,06 da véspera.
O dólar comercial teve novo recorde histórico, mas fechou “de lado”, cotado a R$ 2,2640 (+0,08%). Os juros futuros recuaram, com destaque para o ajuste no DI Jan22, com exceção dos prazos mais longos, que terminaram em alta.
Ibovespa.
O índice abriu ascendente e, apesar de acompanhar a trajetória do índice S&P500, manteve deslocamento positivo sobre o índice norte-americano até o meio da tarde, se alinhando em seguida. As ações da Petrobras tiveram destaque absoluto no dia e contribuíram com cerca de 91 p.p. para o índice.
O Ibovespa fechou aos 72.253 pts (+1,81%), acumulando -1,60% na semana, -1,05% no mês, -37,52% ano e -24,25% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 23,4 bilhões, sendo R$ 21,1 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 31 de março, a Bovespa teve retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 1,007 bilhão, fechando março com recorde de saída líquida mensal de R$ 24,207 bilhões (fevereiro em -R$ 20,971 bi). Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 64,337 bilhões (acima da retirada líquida recorde de -R$44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, a Fenabrave informou que as vendas de veículos recuaram para 163.588 mil unidades em março, -18,6% versus as 200.987 unidades vendidas em fevereiro e -21,8% ante março de 2018 – sendo o dado mais fraco para março desde 2006.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) chegou a operar em baixa e oscilante pela manhã, mas firmou-se em campo positivo na parte da tarde, alcançando novo recorde histórico. Mesmo com o melhor humor externo, a aversão aos emergentes permanece.
No final, a moeda fechou de lado, cotada a R$ 5,2600 (+0,08%), acumulando +3,09% na semana, +1,31% no mês, +31,21 no ano e +36,51% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) passou a 336 pts frente a 338 pts na véspera.
Juros.
Os juros futuros recuaram, se sobressaindo a “correção” para baixo no DI Jan/22, apoiados em um melhor panorama externo, com exceção dos contratos mais longos. As taxas terminaram influenciadas pelo comportamento altista do dólar no dia. Assim findaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 3,37% de 3,38%;
DI janeiro/2021 em 3,21% de 3,25%;
DI janeiro/2022 em 4,05% de 4,21%;
DI janeiro/2023 em 5,40% de 5,50%;
DI janeiro/2025 em 6,95% de 6,97%;
DI janeiro/2027 em 7,75% de 7,73%.
Agenda. vide página 3 do anexo.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 5ª feira, 02.04.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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