Diário do Mercado na 6ª feira, 19.07.2019
Mercados têm realização de lucros de olho no Fed
Comentário.
As apostas em um Fed menos agressivo cresceram nesta sexta-feira, 19.07, precificando um corte de 0,25 p.p. na próxima reunião do Fomc, em detrimento da perspectiva, de ontem (18), de redução de 0,5 p.p. A mudança repentina ocorreu em um contexto de má interpretação da fala de um dos dirigentes do Fed na véspera. Ao passo que, hoje, James Bullard, do Fed de St. Louis, foi explícito ao dizer que gostaria de ver um corte em 0,25 p.p. no dia 31.
A mudança nas expectativas fortaleceu o rendimento dos Treasuries, bem como o dólar, globalmente. Já o efeito nos mercados acionários foi negativo. As bolsas de NY passaram por ampla realização de lucros durante a tarde, puxando, também, uma intensificação das perdas no mercado acionário doméstico, que renovou mínimas até o encerramento.
O Ibovespa fechou em queda de mais de 1%, aos 103.451 pts. No mercado de câmbio, o dólar apresentou alta de 0,43%, valendo R$ 3,7450, em linha com comportamento majoritário da divisa no exterior. Já os principais contratos de juros futuros fecharam a sessão regular próximos ao patamar da véspera.
Ibovespa.
O índice abriu em queda, aprofundando perdas gradativamente até encerrar próximo da mínima intradiária, na segunda queda semanal seguida. O setor de bancos foi a maior contribuição negativa para o índice, B3, Itaú e Bradesco apresentaram firmes recuos. Na outra ponta, destaque para BRF e Vale.
O Ibovespa encerrou em 103.451 pts (-1,21%), acumulando alta de 2,46% em julho, 17,71% no ano e de 33,51% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,6 bilhões, sendo R$ 12,1 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 17 de julho (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 182,1 milhões da Bolsa. No mês de julho e no ano, os saldos estão negativos em R$ 1,9 bilhão e R$ 5,8 bilhões, respectivamente.
Câmbio e CDS.
O dólar avançou alinhado ao fortalecimento generalizado da moeda no exterior em razão da diminuição das apostas em corte de 0,5 p.p. na próxima reunião do Fomc. O real apresentou o segundo pior desempenho em uma cesta com 32 das principais moedas globais.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,7450 (+0,43%), acumulando -2,47% em julho, -3,35% no ano e -2,52% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil se manteve na mesma pontuação da véspera (18), 129 pts.
Juros.
O mercado de juros futuros seguiu com liquidez reduzida. Os contratos encerraram a sessão regular praticamente estáveis, mesmo com a alta nos rendimentos dos Treasuries e do dólar.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2021 em 5,53%, de 5,53%; DI janeiro/2023 em 6,38%, de 6,35%; DI janeiro/2025 em 6,94%, de 6,93%.
Agenda Econômica.
Em dia de agenda fraca, nos EUA, a prévia da confiança do consumidor da Universidade de Michigan subiu de 98,2 pts para 98,4 pts em julho, aquém do consenso de 98,8 pts.
Para a semana que vem.
Brasil: Arrecadação de impostos, Caged, IPCA-15, Confiança do consumidor FGV e dados do setor de crédito;
EUA: Estoques no atacado, Pedidos de bens duráveis, PMI e prévia do PIB do 2T19;
Zona do euro: Confiança do consumidor, PMIs da Alemanha, França e agregado e decisão do BCE.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 19.07.2019, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, RICARDI FERREIRA, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.
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