Acordo entre Brasil e França prevê instalação de dois centros de pesquisa e a transferência de tecnologia para produção nacional dos sistemas de supercomputação
Os governos do Brasil e da França firmaram nesta 5ª feira, 12.12, uma série de acordos de cooperação sobre vários temas, como agricultura, educação, saúde e tecnologia.
Um deles prevê a implantação de um projeto de computação de alto desempenho. De acordo com a presidenta Dilma Rousseff, o plano de trabalho pactuado prevê a aquisição de um supercomputador, a instalação de dois centros de pesquisa – um em Petrópolis (RJ) e outro na capital fluminense – e a transferência de tecnologia para produção nacional dos sistemas de supercomputação para apoiar a pesquisa científica e a inovação.
“Atualmente, apenas dez países detêm capacidade instalada nesse campo. Com a implementação desse plano de trabalho, o Brasil vai entrar para esse restrito grupo e vai desenvolver atividades de pesquisa em áreas estratégicas”,
disse.
Em declaração à imprensa, após reunir-se com o presidente francês, François Hollande, Dilma ressaltou a intensificação das relações de comércio entre os países que, segundo ela,
“cresceram expressivamente nos últimos cinco anos apesar da crise financeira internacional”.
A presidenta também defendeu maior integração entre os blocos econômicos Mercosul e União Europeia.
“Reiterei o interesse do Brasil no avanço das negociações Mercosul-União Europeia com vistas à obtenção de um acordo mutuamente vantajoso”,
afirmou.
Dilma Rousseff também destacou a importância da parceria estabelecida por meio do Programa Ciência sem Fronteiras. Ela lembrou que o país europeu é o terceiro principal destino dos estudantes brasileiros que fazem partem da iniciativa, já tendo recebido 4,8 mil bolsistas enviados pelo Brasil, principalmente estudantes de engenharia.
Ao falar à imprensa, Hollande ressaltou que sua vinda ao Brasil ocorre em retribuição à visita que a presidenta Dilma fez à França em dezembro de 2012, ano em que o comércio bilateral atingiu US$ 10 bilhões, com déficit para o Brasil de US$ 1,8 bilhão.
A França é o sexto investidor no Brasil e empresas francesas estão presentes em importantes projetos estratégicos e de infraestrutura, como o Campo de Libra e a Hidrelétrica de Jirau. Os países mantêm parceria estratégica desde 2006.