Diário de Mercado na 2ª feira, 04.06.2018
Ibovespa tem quarto avanço consecutivo, alçado por Petrobras e bancos
Resumo.
O Ibovespa, que havia registrado recuo de quase 11% em maio, apura agora melhora com seu quarto pregão positivo seguido – mas, empiricamente, ainda deverá passar por oscilações típicas de um ano eleitoral.
A recuperação da economia doméstica, que alicerçava uma tendência de alta do índice doméstico, segue sofrendo revisões baixistas em suas projeções. Para o PIB, ainda neste ano, o Focus chegou a projetar crescimento de 2,8%, e, após cinco semanas recuando, já apura expectativa de crescimento próxima a 2,2%.
No exterior, os principais mercados bursáteis também tiveram ganhos. As bolsas de Nova York se beneficiam das boas perspectivas para a economia dos EUA, com a divulgação de consistentes dados do relatório de emprego na sexta-feira passada, com geração de vagas acima do aguardado e taxa de desemprego em 3,8% - a menor desde 2000.
No mercado de câmbio, o dólar recuou à imagem do movimento da divisa no exterior, influenciando também no arrefecimento nas taxas dos juros futuros.
Ibovespa.
O índice sustentou firme alta durante todo o pregão, com fortes contribuições do setor financeiro e da Petrobras. Na outra ponta, Cielo e Vale recuaram, suavizando o bom desempenho do índice.
O índice encerrou aos 78.596 pts (+1,76%), acumulando avanço de 2,40% no mês, 2,87% no ano e 25,73% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 16,65 bilhões, sendo R$ 16,31 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 4ª feira, 30.05, último dado disponível, houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 1,010 bilhão da bolsa, décima sessão negativa consecutiva. O mês de maio fechou com saldo negativo de R$ 8,433 bilhões e o fluxo líquido acumulado no ano segue deficitário em R$ 4,012 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, IPC-S da FGV acelerou de 0,33% na penúltima semana de maio para 0,41% na última semana, próximo ao consenso de 0,42%. Com o resultado, o índice acumulou avanço de 1,79% no ano e de 2,87% nos últimos 12 meses. Dos oito grandes grupos, cinco aceleraram, com destaques para Transportes, de 0,16% na leitura anterior para 0,48%, bem como Alimentação, de 0,09% para 0,24%.
Nos EUA, os pedidos de bens duráveis caíram 1,6% em abril, ante queda de 1,7% na leitura anterior.
Focus.
No relatório semanal Focus do Banco Central, nas projeções de mercado desta semana, o cenário doméstico sofreu nova redução em relação ao crescimento esperado para este ano.
O PIB estimado arrefeceu pela quinta semana consecutiva, situando-se agora em 2,18% para 2018, mas foi mantido em 3,00% para 2019. Dados anteriormente divulgados já tinham induzido uma revisão para baixo do PIB do primeiro trimestre e a divulgação deste resultado na semana passada ratificou um crescimento um pouco abaixo do consenso de mercado.
Também, a questão envolvendo a greve dos caminhoneiros, que se espalhou pelo País, teve uma preliminar precificação neste momento.
Câmbio e CDS.
Após dois avanços consecutivos, o dólar comercial (interbancário) cedeu nesta segunda-feira, acompanhando enfraquecimento generalizado da divisa no exterior e ausência de más notícias no âmbito doméstico.
A divisa fechou cotada a R$ 3,7410 (-0,51%), acumulando alta de 0,24% no mês, 12,85% no ano e 15,00% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu a 232 pts, ante 235 pts na sexta-feira passada.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa nas seções curta e intermediária, e com ligeiros ajustes de alta em alguns contratos de longo prazo.
A firme queda do dólar no mercado doméstico colaborou para um certo alívio nas taxas, que registram firme e generalizado avanço em relação às posições de um mês atrás, alçadas por eventos como a turbulência ocasionada pela greve dos caminhoneiros.
Para esta semana.
Destaque no Brasil para o IPCA de maio e produção industrial de abril. Nos EUA destaque para indicadores de confiança e atividade, como o PMI e ISM de serviços. Na Europa, PIB do 1T, e, na China, balança comercial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 04.06.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos.