RENDA FIXA - Mercado Secundário de Debêntures, CRA e CRI em 12/12/2019
A antecipação do sinal otimista pelo CDS Brasil se desdobra em fluxos crescentes e preços em alta nos principais mercados, juntamente com as primeiras sinalizações positivas para o rating soberano brasileiro
Cenário
Em semana de cautela, no aguardo das decisões de política monetária nos EUA e no Brasil, o cenário interno retoma a atratividade perante os investidores, em linha com a sinalização anterior, emitida pelo comportamento favorável do CDS brasileiro, ponderada no último estudo, e com novos dados positivos de atividade econômica. Com isso, tanto a Bolsa quanto a renda fixa registraram volumes elevados de negociação e tendências de alta nos preços de seus ativos.
Ao mesmo tempo, juntamente com a efetiva redução da taxa Selic nesta semana, para inéditos 4,5%, o mercado assimila as primeiras sinalizações de perspectiva positiva para o rating soberano brasileiro, pela S&P, e para algumas das empresas mais representativas da economia nacional.
Como resultado, a despeito da forte saída de recursos estrangeiros da Bolsa, as novas projeções de mercado para alta do PIB, incremento das vendas no varejo e juros enfraquecidos convergem para o início de um novo ciclo otimista nos principais mercados domésticos.
Debêntures no Secundário
Após um momento de reavaliação de cenários, o otimismo retorna à negociação secundária de dívida privada, refletindo-se em uma forte retomada do volume financeiro e da quantidade de séries negociadas nos últimos dias, ao tempo em que os seus yields praticamente não se alteraram e os preços dos papéis se sustentam em alta.
De fato, em base diária, o volume médio apresentou expressivos 60% de incremento entre novembro e dezembro, diferentemente do que ocorreu no mesmo período do ano anterior.
Além disso, cabe destacar que a habitual movimentação conjunta entre os juros da NTN-B e os yields das debêntures não se materializou até o momento. Como é possível observar na estrutura da NTN-B, o rendimento médio da curva recuou de 2,42% para 2,35% na semana, mas o yield médio das 50 debêntures monitoradas praticamente não oscilou, mantendo-se em 3,21%. Por outro lado, os preços de 43 das 50 debêntures em análise se apresentam em alta (com variação conjunta de 0,4%), configurando o início de um cenário positivo. Mas, como sempre, a depender da necessária confirmação ao longo dos próximos dias, para se consolidar uma nova tendência de alta.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, preparado por RENATO ODO, CNPI-P 3058, renato.odo@bb.com.br, integrante do BB Investimentos