Diário do Mercado na 3ª feira, 10.12.2019
Ibovespa recua com cautela antes de decisões sobre taxas de juros
Comentário.
O índice brasileiro, em dia de agenda interna esvaziada, terminou sofrendo novas realizações. Em verdade, a cautela dos investidores tornou a prevalecer, na véspera das definições de taxas de juros, tanto pelo Copom no Brasil, como pelo Fomc nos EUA.
Externamente, o comportamento das bolsas de Nova York também foi de precaução, com seus índices terminando negativos, mas não distantes da estabilidade. Também, ainda paira um certo temor em relação à data do desfecho do possível acordo comercial “fase 1” entre EUA e China, que o mercado estimava para ocorrer até o próximo dia 15 de dezembro, mas que poderá ser postergado.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1480 (+0,46%). Os juros futuros denotaram comportamento similar à véspera, ficando quase estáveis, exceto o primeiro contrato, em mais um dia de ajustes finais de antes da decisão do Copom nesta 4ª feira.
Ibovespa.
O índice, mais uma vez, oscilou inicialmente e depois de hora e meia de negócios entrou definitivamente em campo negativo, mas sempre navegando acima dos 110 mil pts. Nos leilões de fechamento, reduziu as perdas.
O Ibovespa fechou aos 110.672 pts (-0,28%), acumulando -0,41% na semana, +2,25% no mês, +25,92% no ano e +28,82% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 17,2 bilhões, sendo R$ 15,6 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na bolsa B3
No dia 6 de dezembro (último dado disponível), a Bovespa teve retirada líquida de -R$ 406,317 milhões de capital estrangeiro, contabilizando saldo negativo de -R$ 1,216 bilhão no mês. Em 2019, a retirada líquida passou a -R$ 40,472 bilhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA, a produtividade de produtos não-agrícolas variou -0,2% no 2T19 ante -0,3% no 1T19 – consenso em -0,1%. Já o custo de mão de obra oscilou +2,5% no 2T19 versus +3,6% no 1T19 – consenso em +3,4%.
Na China, o IPC A/A (inflação ao consumidor) variou +4,5% em novembro frente a +3,8% em outubro. Já os novos empréstimos subiram para 1,39 trilhão de yuans em novembro contra 661,3 bilhões de yuans em outubro – consenso em 1,2 trilhão de yuans.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) manteve trajetória sempre positiva em um vai e vem ao redor do valor de R$ 4,14 ao longo de toda a sessão, com a prudência dos agentes antes das resoluções de políticas monetárias no Brasil e nos EUA.
A divisa findou cotada a R$ 4,1480 (+0,46%), acumulando +0,05% na semana, -2,17% no mês, +7,05% no ano e +5,76% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu para 114 pts versus em 117 pts no dia anterior.
Juros.
Os juros futuros, novamente, tiveram levíssimas variações, praticamente não alterando sua curva de estrutura a termo. A exceção, mais uma vez, foi o primeiro vencimento, que recuou com posicionamentos de última hora sobre a possível postura atual e futura do Banco Central. Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos:
DI janeiro/2020 em 4,49% de 4,51%;
DI janeiro/2021 em 4,62%;
DI janeiro/2022 em 5,22% de 5,21%;
DI janeiro/2023 em 5,73% de 5,72%;
DI janeiro/2025 em 6,35% de 6,34%;
DI janeiro/2027 em 6,71% de 6,70%.
Agenda.
Brasil: IGP-M 1ª prévia (inflação no atacado), Vendas no varejo, Taxa Selic, Volume do setor de serviços, Índice de atividade econômica;
EUA: FOMC - Decisão da taxa de juros, Vendas no varejo;
Alemanha: IPC; França: IPC;
Zona do euro: Produção industrial, BCE - decisão de juros;
Japão: Produção industrial;
China: Produção industrial; Vendas no varejo.
Confira no anexo a íntegra do relatóriode análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 10.12.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRAL ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos