Diário do Mercado na 3ª feira, 24.09.2019
Ibovespa recua com maior aversão ao risco, seguindo Nova York
Comentário.
O índice brasileiro foi impactado negativamente pela elevação da aversão ao risco. Internamente, desagradou os investidores a postergação da votação da reforma da previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para a próxima semana.
Externamente, o humor começou a azedar após a fala do presidente norte-americano na ONU, na qual criticou alguns países, citando também a China. Prontamente isto suscitou temores sobre as negociações que estão agendadas para principiar em outubro próximo, visando cessar a guerra comercial entre EUA e o país oriental. Depois, piorou o clima do mercado com a notícia que a câmara dos deputados dos EUA poderia instaurar uma comissão para avaliar a possibilidade de um pedido de impeachment contra o presidente Donald Trump.
O VIX – índice balizador da aversão ao risco - subiu a 17,05 pts de 14,91 pts na véspera. Neste panorama, as bolsas de Wall Street caíram e contaminaram os demais mercados acionários mundo afora.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1690 (-0,05%). Nos juros futuros, os contratos curtos ficaram quase estáveis e subiram a partir dos vencimentos intermediários.
Ibovespa.
O índice chegou a principiar em alta, mas logo entrou em campo negativo e acompanhou na parte da tarde a trajetória baixista do índice S&P500.
O Ibovespa fechou aos 103.875 pts (-0,73%), acumulando -0,90% na semana, +2,71% no mês, +18,19% no ano e +33,20% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,260 bi, sendo R$ 12,614 bi no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 20 de setembro (último dado disponível), a entrada líquida de capital estrangeiro foi de R$ 618,186 milhões na Bovespa, com saldo positivo indo a R$ 1,730 bi no mês. Em 2019, a saída líquida acumulada passou a -R$ 19,498 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPCA-15 variou +0,09% em setembro, similar ao +0,08% em agosto (que era o consenso de mercado). O indicador passou a acumular +2,60% no ano e +3,22% em 12 meses. Destaques: para baixa, o grupo alimentos e bebidas (-0,08 p.p.), e para alta, o grupo habitação (+0,12 p.p.) - com elevação de energia elétrica. Vale lembrar que a meta de inflação para 2019 é de 4,25%, para 2020 é de 4,00% e para 2021 é de 3,75%.
A ata do Copom, referente à decisão do recente dia 18 de setembro, citou “a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo (monetário)”, apenas reforçando o comunicado emitido após a reunião.
A arrecadação de impostos e contribuições atingiu R$ 119,951 bilhões em agosto, com elevação real de 5,67% versus agosto de 2018, sendo o melhor resultado para esses meses desde 2014. A receita acumulada no ano soma R$ 1,015 trilhão, com alta real de 2,395 ante mesmo período do ano passado e op melhor resultado desde 2014. A arrecadação extraordinária de R$ 5,2 bilhões advinda do IRPJ e da CSLL contribuiu para o resultado.
Câmbio e CDS.
O dólar findou “de lado” e, basicamente, oscilou com curtas variações ao redor da estabilidade em grande parte da sessão. O adiamento da reforma da previdência se contrapôs ao recuo do dólar frente a outras divisas.
A moeda fechou cotada a R$ 4,1690 (-0,05%), variando +0,39% na semana, +0,65% no mês, +7,59% no ano e +2,01% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 136 pts ante 132 da véspera.
Juros.
Os juros futuros fecharam quase estáveis nos vencimentos curtos e subiram dos intermediários em diante.
Em relação à sessão anterior, assim fecharam: DI janeiro/2020 em 5,10% de 5,11%; DI janeiro/2021 em 5,03% de 5,01%; DI janeiro/2023 em 6,15% de 6,13%; DI janeiro/2025 em 6,79% de 6,74%; DI janeiro/2027 em 7,13% de 7,07%.
Agenda.
Brasil: Criação de empregos formais, IPC-FIPE, Custos construção, Taxa de inadimplência, Relatório Trimestral de Inflação - Bacen, IGP-M, Taxa de desemprego, Resultado primário do governo central;
EUA: Vendas de casas novas, PIB, Consumo pessoal, Balança comercial, Pedidos de bens duráveis, PCE (núcleo), Índ. Conf. Consumidor Univ. Michigan,
Japão: Produção industrial;
China: PMI manuf. Caixin, PMI manuf. oficial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 24.09.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos