Diário do Mercado na 2ª feira, 03.02.2020
Ibovespa sobe acompanhando evolução externa
Comentário.
O índice doméstico reagiu favoravelmente no dia com a percepção dos investidores, neste momento, do abrandamento de temores em relação à disseminação do coronavírus na China e em demais lugares contaminados. Ademais, as medidas tomadas em diversos países onde surgiram doentes, estão sendo consideradas aceitáveis, no sentido de conter e evitar a difusão da doença.
Em suma, a aversão ao risco recuou globalmente e os mercados acionários avançaram em Nova York e contagiaram as demais bolsas pelo mundo. O Ibovespa subiu no primeiro pregão de fevereiro após ter encerrado janeiro em baixa de -1,63%, seguindo na parte da tarde colado na trajetória positiva do índice S&P500. Destaques positivos para as ações da B3 e da Vale, enquanto os papéis da Petrobras recuaram por conta da queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,2490 (-0,82%). Os juros futuros recuaram e derrubaram como um todo sua curva de estrutura a termo com melhor humor dos agentes.
Ibovespa.
O índice principiou ascendente e do meio dia em diante passou a circundar, com pequenas variações os 115 mil pts (+1,09%), cedendo um pouco no leilão de fechamento.
O Ibovespa terminou em c (+0,76%), acumulando +0,76% no mês, -0,88% no ano e +17,13% em 12 meses. O preliminar volume financeiro da Bovespa foi de R$ 21,7 bilhões, sendo R$ 19,9 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 30 de janeiro (último dado disponível), a Bovespa apurou saída líquida de capital estrangeiro de R$ 878,763 milhões, com o saldo negativo subindo a -R$ 17,034 bilhões no mês.
Agenda Econômica.
No Brasil, o PMI manufatura mostrou expansão, passando para 51,0 pts em janeiro ante 50,2 pts em dezembro. A balança comercial de janeiro registrou déficit de -US$ 1,745 bilhões, com exportações de US$ 14,430 bilhões e importações de US$ 16,175 bilhões. As importações de bens de consumo (+6,9%) e de bens de capital (+6,6%) foram responsáveis pelo incremento das importações, que está relacionado favoravelmente com a tendência de melhoria do crescimento doméstico.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) recuou com a menor aversão ao risco externa, em um movimento no qual a maioria das moedas de países emergentes se valorizou.
A moeda fechou cotada a R$ 4,2490 (-0,82%), acumulando -0,82% no mês, +5,91% no ano e +16,16% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país medido pelo CDS Brasil de 5 anos permaneceu em 103 pts, igual a sexta-feira passada.
Juros.
Nos juros futuros, a curva de estrutura a termo da taxa de juros caiu como um todo, com o melhor humor externo, decorrente do alívio da expansão do coronavírus e por conta da injeção de liquidez pelo PBoC. Vale lembrar que o Copom decidirá sobre a taxa Selic na próxima quarta-feira, 5 de fevereiro. Em relação ao pregão anterior, assim fecharam:
DI janeiro/2021 em 4,33% de 4,38%;
DI janeiro/2022 em 4,93% de 5,00%;
DI janeiro/2023 em 5,46% de 5,52%;
DI janeiro/2024 em 5,88% de 5,95%;
DI janeiro/2025 em 6,15% de 6,21%;
DI janeiro/2027 em 6,52% de 6,60%.
Agenda.
Brasil: IPC FIPE, Produção industrial, Taxa Selic, Dados veículos Anfavea, IGP-DI, IPCA;
EUA: Pedidos de fábrica, Bens duráveis, ADP empregos privados, Balança comercial, Custo da mão-de-obra, Produtividade; Payroll - Criação de vagas na economia, Taxa de desemprego;
Alemanha: Produção industrial;
Japão: PMI Manufatura;
China: Balança comercial, Reservas estrangeiras.
Confira no anexo a íntegra do relatório de analise do comportamento do mercado na 2ª feira, 03.02.2020, elaborado por HAMILTON MOEIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos