Conselho Federal de Economia pede reformas para estimular investimentos
A falta de investimentos – públicos e privados – foi o principal fator que levou ao crescimento de apenas 0,1% na economia em 2014.
A avaliação é de Paulo Dantas da Costa, presidente COFECON Conselho Federal de Economia. Para ele, reformas capazes de estimular os investimentos no longo prazo são essenciais para retomar o crescimento econômico nos próximos anos.
Segundo Costa, a taxa ideal de investimento para garantir o crescimento sustentável da economia brasileira ficaria entre 26% e 27% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). No ano passado, porém, a taxa atingiu 19,7%.
“O nível de investimentos está muito aquém das necessidades do país e da criação de empregos”,
destacou. Para o COFECON, os ajustes fiscais são necessários, mas comprometem as expectativas de crescimento para este ano. Ele, no entanto, evitou apresentar alguma estimativa de quanto a economia brasileira deve crescer em 2015.
“Neste momento, qualquer número não passa de especulação, até porque existem fatores fora do nosso controle interferindo na economia brasileira, como o câmbio”,
afirmou. Na avaliação do presidente do Cofecon, para compensar os efeitos recessivos do ajuste fiscal, o governo deveria encontrar maneiras de atrair os investimentos com recursos externos ou estimular o investimento privado.
Segundo ele, a retomada dos investimentos ajudaria até a segurar a inflação.
“O Brasil precisa criar condições econômicas que permitam novos investimentos. Sem investimentos, existe uma demanda reprimida que aparece na inflação [por falta de oferta]”,
explica.
O ajuste fiscal em 2015, ressaltou Dantas, é difícil porque grande parte das despesas federais não podem ser cortadas, como os compromissos com a dívida pública e alguns repasses a estados e municípios.
O governo federal tem tomado decisões de política econômica de curto prazo, segundo Paulo Dantas Costa, com base na conjuntura e sem prestar atenção no efeito das medidas no médio e no longo prazo.
“Por isso, a retomada dos investimentos é tão importante”,
conclui. Ele ainda defendeu a queda dos juros para estimular os investimentos. A redução dos juros, no entanto, deveria ocorrer de forma gradual para não pressionar a inflação:
“Juros mais baixos incentivam o empresário a investir no setor produtivo e beneficiam as contas do governo porque reduzem o serviço da dívida pública, mas a calibragem deve ser feita com cuidado pelo Banco Central”,