Inflação oficial fica em 0,4% em junho e acumula alta de 6,52% em 12 meses
A inflação oficial medida pelo IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo ficou em 0,4% em junho deste ano, desacelerando em relação aos 0,46% de maio.
Nos últimos doze meses, o IPCA acumula alta de 6,52%, acima dos 6,37% relativos aos doze meses imediatamente anteriores. A meta que o Banco Central deve alcançar este ano é 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para baixo ou para cima.
Portanto, o resultado em 12 meses ficou 0,02 pontos percentuais acima do limite superior da meta (6,5%).
A despeito disso, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central, em seu relatório FOCUS, publicado todas as 2ª feiras, estimam em 6,46% a inflação em 2014.
O IPCA fechou o primeiro semestre do ano com alta de 3,75%. No primeiro semestre de 2013, o índice era 3,15%.Os dados foram divulgados nesta 3ª feira, 08.07, pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Segundo o IBGE, os preços dos alimentos e bebidas foram os que mais contribuíram para a queda da inflação em junho, que passaram de 0,58% para 0,11%, uma desaceleração pelo terceiro mês consecutivo.
Os alimentos consumidos em casa apresentaram redução de 0,6% em junho, contra alta de 0,41% em maio. Os maiores percentuais foram a batata-inglesa (-11,46%) e o tomate (-9,58%).
Houve queda ainda dos alimentos consumidos fora de casa (de 0,91% em maio para 0,82% em junho), com destaque para a refeição (0,96% para 0,75%), refrigerante (1,29% para 0,51%) e cerveja (0,34% para 0,01%).
Nas despesas com habitação, houve redução de 0,61% para 0,55%, mesmo com altas na taxa de água e esgoto (0,95%), aluguel residencial (0,84%) e artigos de limpeza (0,92%). Neste caso, houve compensação no item energia elétrica, que passou de 3,71% para 0,13%.
Os gastos com saúde e cuidados pessoais ficaram em 0,60% em junho, após 0,98% no mês anterior, deixando para trás os reflexos do reajuste de março nos preços dos remédios (1,47% em maio para 0,29% em junho).
Houve também redução nos preços dos artigos de residência (1,03% em maio para 0,38% em junho), vestuário (0,84% para 0,49%), comunicação (0,11% para -0,02%) e educação (0,13% para 0,02%).
Efeitos da Copa
Já influenciadas pela Copa do Mundo, as diárias de hotel aumentaram 25,33%, impactando as despesas pessoais, grupo que teve alta de 1,57% em junho, resultado 0,77 ponto percentual em relação a maio – e causando impacto de 0,17 ponto percentual no IPCA de junho.
Regime de Metas de Inflação
Utilizado pelo Banco Central como parâmetro para o balizamento do Plano de Metas, o IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas do País, além de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
Queda de preços em 7 capitais
A queda de 0,6 ponto percentual na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em junho (0,40% contra 0,46% de maio), reflete a retração nos preços em sete das 13 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A desaceleração, que deixou a inflação acumulada no primeiro semestre em 3,75% - abaixo, portanto, da meta de 4,5% fixada pelo Banco Central para este ano – foi maior em Fortaleza, onde a taxa caiu de 0,95% para 0,35%, uma redução de 0,60 ponto percentual entre um mês e outro, seguido de Belém (de 0,79% para 0,21%, a menor inflação do país), e do Recife (de 0,75% para 0,29%).
Entre os índices regionais, a capital pernambucana foi a que registrou a maior inflação em junho: 0,71%. A alta decorre da elevação nos preços das diárias dos hotéis, de 32,69% e peso de 0,94%, que exerceram impacto de 0,31 ponto percentual no resultado nacional, de 0,40%. O menor índice, registrado em Belém (0,21%), se deu em virtude da queda de 0,56% nos alimentos consumidos em casa.
As cinco capitais e regiões metropolitanas com taxas acima da média nacional foram Salvador (de de 0,38% para 0,66%, entre maio e junho), Brasília (de -0,08 para 55%, a maior alta, 0,63 ponto percentual), Campo Grande (de 0,32% para 0,45%), Vitória (de 0,31% para 0,42%) e São Paulo (de 0,12% para 0,37%).