Ipea informa que crescimento do PIB segue moderado neste ano
Carta de Conjuntura do IPEA considera que o PIB deverá crescer de 2 a 2,5% em 2014
O menor volume de investimentos e o ritmo moderado de consumo das famílias levam o IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada a apontar, na Carta de Conjuntura divulgada desta 4ª feira, 26.03, no Rio de Janeiro, que a economia deve manter crescimento contido nos próximos meses.
“O mais provável é que não haja grandes alterações no quadro econômico, ao longo de 2014, seja para melhor ou para pior. O crescimento do PIB permanecerá moderado e ainda sujeito a alguma volatilidade; a inflação se manterá em patamar mais próximo do teto da meta de inflação [de 6,5%] do que do centro [4,5%], mas sem grandes riscos de aceleração, tendo em vista, inclusive, os efeitos defasados do atual ciclo de aperto da política monetária; e as contas externas permanecerão sob controle, ainda que haja aumento do déficit em transações correntes”,
diz o documento.
A reversão desse quadro passa pelo aumento dos investimentos, analisam os economistas do IPEA. A recuperação recente da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) é vista como muito positiva pelo instituto, cujos técnicos observam, entretanto, a necessidade de se garantir que
“a expansão do investimento seja um fenômeno mais generalizado e sustentável, e não tenha caráter pontual e volátil”.
Para melhorar o ritmo de crescimento, a expansão dos investimentos deve ocorrer não somente na produção, mas também na infraestrutura, aponta o Ipea. Segundo o instituto,
“isso justifica a ênfase da política governamental no programa de concessões e na provisão de condições favoráveis de financiamento do investimento, associado a um esforço de expansão dos investimentos públicos, em que pese as restrições fiscais”.
A tendência, segundo disse o coordenador do Grupo de Estudos de Conjuntura (Gecon) do Ipea, Fernando Ribeiro, na divulgação da Carta de Conjuntura, é que o PIB crescerá este ano entre 2% e 2,5%.
"Essa tendência pode se sustentar, mas vai depender bastante do investimento",
salientou.
Em relação ao mercado de trabalho, o Ipea sinaliza que
“há alguns indícios de que o crescimento moderado da economia brasileira já afeta o ritmo da ocupação no país”.
O documento prevê que a taxa de desemprego permanecerá em níveis baixos, devido ao crescimento mais lento da força de trabalho,
“colaborando também para a manutenção de ganhos, ainda que modestos, dos salários reais”.