Na pauta do encontro, a elevação de 40 mil para 300 mil as tropas em alta prontidão, a perda oficial pela Russia do papel de 'parceiro estratégico' da OTAN e a análise do risco representado pela China.
A OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte irá deliberar sobre a elevação do número de soldados em nível de alta prontidão, dos 40 mil atuais para cerca de 300 mil; e, também, sobre questões de segurança em desdobramento do conflito entre Ucrânia e Rússia.
Este e outros temas serão debatidos a partir da 3ª feira, 28.06, até 5ª feira, 30.06, em Madri, Espanha, afirmou nesta 2ª feira, 27.06, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.
Aos 260 mil soldados adicionais em alta prontidão, para ação em casos emergenciais, seriam somados novos armamentos pesados e sistemas de defesa aérea, a serem deslocados para as fronteiras com a Rússia, país que, segundo Jens Stoltemberg -- o recém reempossado guardião dos interesses da Casa Branca na OTAN -- os países membros deverão classificar como "a maior e a mais direta ameaça à segurança" europeia.
Desde a retomada da Crimeia pela Rússia, em 2014, a OTAN criou oito grupamentos táticos em países do Leste Europeu, a saber: Bulgária, Eslováquia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia.
As novas tropas, segundo Stoltenberg, irão reforçar esses grupamentos e poderão treinar ao lado das forças de defesa dos países que têm presença da Otan e irão familiarizar-se com o terreno local, a fim de que "possam responder sem problemas e com rapidez a qualquer emergência".
O encontro deverá contar com a participação de Zelenski, em video-conferêcia, e, também, será proposta e discutida a concessão de maior apoio à Ucrânia, por meio de "entregas substanciais" de combustíveis, equipamentos de comunicação, e sistemas antidrones, além de armas mais avançadas usadas por países da OTAN.
Mudanças no planejamento estratégico
Outro propósito do encontro de Madrid será reforçar o compromisso anterior dos trinta países membros de direcionar ao menos 2% do PIB com defesa até 2024, posto que apenas nove países atingiram essa meta: Croácia, Eslováquia, Estônia, EUA, Grécia, Letônia, Lituânia, Polônia, Reino Unido.
A França tem gastado, em média, 1,90%; a Itália, 1,54%; e a Alemanha, 1,44%. A Espanha, país sede da Cúpula, gasta uma média de 1,01%, de acordo com dados divulgados pela própria OTAN nesta 2ª feira, 27.06.
China, o "Desafio"
Emissário das pautas da Casa Branca, Jens Stoltemberg relatou que o Encontro de Madri "abordará pela primeira vez" a China e "os desafios que ela representa para nossa segurança, interesses e valores", bem como a evolução de outras ameaças e problemas, incluindo terrorismo, ciberespaço e guerra híbrida.
Rússia, de "parceiro estratégico" à "principal ameaça"
Embora continue oficialmente vigente a condição de "parceiro estratégico" atribuida à Russia pela OTAN. Adotada pela Cúpula de Lisboa, em 2010, Stoltemberg pretende alterá-la sob a alegação de que a Rússia "afastou-se do diálogo que tentamos ter durante muitos anos" e que os acordos assinados com Moscou não estão mais funcionando "simplesmente porque [a Rússia] escolheu o confronto em vez do diálogo".
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