Fed estima que economia irá desacelerar 1,7%, que desemprego alcançará 3,7% da PEA, mas inflação ainda será de 5,2% em 2022
5ª feira, 16.06.2022
O FED elevou a taxa de juros básicos dos EUA em 0,75 pp na 4ª feira, 15.06, na maior alta verificada desde 1994. A medida foi adotada por demonstrarem-se ineficazes ações governamentais no combate a inflação; e certamente ocasionará desaceleração da atividade econômica nos próxmos meses, além de elevação do desemprego da mão-de-obra.
"A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, aos preços mais elevados de energia e pressões altistas mais amplas de preços",
reportou o Fomc Comitê Federal de Mercado Aberto em comunicado publicado após a reunião do Comitê realizada na 3ª e na 4ª feira, 14 e 15.06.2022.
"O comitê está fortemente comprometido em levar a inflação de volta a seu objetivo de 2%."
A decisão do FED elevou os juros de curto prazo a algo entre 1,50% a 1,75% ao ano. O banco central americano projeta aumento da taxa básica de juros a 3,4% até o fim de 2022 e a 3,8% em 2023, superando as estimativas do mercado que a situavam em 1,9% ao final de 2022.
Jerome Powell, presidente do FED declarou os monetary policymaker "chegaram à visão" de que precisavam antecipar as altas dos juros.
"75 pontos-base pareciam a coisa certa a fazer nesta reunião, e foi o que fizemos."
declarou Powell.
0,75 ou 0,50 na próxima reunião
Além disso, afirmou que um incremento de 0,75 ou 0,50 ponto percentual será provavelmente o resultado apropriado da próxima reunião do FED em julho.
Expectativa do Resultado
A despeito da elevação dos juros em 15.06, as autoridades estimam a inflação no patamar de 5,2% em 2022 caminhando para 2,2%, em 2024.
Desemprego
O aperto monetário configura uma piora na perspectiva da economia americana pelo Fed, que estima (1) que a economia norte-americana irá desacelerar 1,7%, (2) que o desemprego alcance, ainda em 2022, a taxa de 3,7% da população economicamente ativa e 4,1% em 2024.
Analistas do mercado, por sua vez, estimam que (3) a taxa do PIB esteja ao nível zero em 2023 e que (4) os juros básicos caiam apenas em 2024.