A irresponsabilidade, ignorância e descompromisso com a Nação de um presidente estagiário levaram o Brasil a completar 278.229 mortes pela Covid-19, até este domingo, e a construir o horizonte de mortandade que poderá alcançar, ao rítmo atual, 300.000 mortes até 31.03 e 450.000 mortes até o final do 1º semestre deste 2021.
Essa realidade foi construída, desde o início, pela negação da gravidade da pandemia, mesmo diante dos alertas de cientístas e da OMS. Foi construída pelo governo federal ao negar (1) a aplicação de testes em massa na população, (2) o mapeamento das contaminações e (3) o monitoramento dos casos, bem como (4) ao deixar de realizar a compra de vacinas oferecidas ao governo federal, disponíveis no mercado internacional, desde meados de 2020.
Essa realidade foi também construída a partir do (5) erro escabroso de o País distanciar-se da histórica estratégia que no passado liderou internacionalmente, em associação com a Índia e África do Sul, de defender e promover a quebra de patentes de medicamentos essenciais capazes de deter epidemias devastadoras como a AIDs e, neste momento, a Covid-19.
Já é tempo de o governo brasileiro promover a quebra generalizada das patentes das vacinas contra a Convid-19 e de o Brasil -- lastreado na expertise internacionalmente reconhecida do Instituto Butantã e da FioCruz -- liderar gigantesca produção de vacinas para suprir o mercado interno e os países em desenvolvimento, nos mondes do tradicional softpower brasileiro.
Esse erro da estratégia atual do Itamarati, do ministério da Saúde e da Ciência e Tecnologia, de atender o interesse dos grandes laboratórios leva neste exato momento países em desenvolvimento a pagarem pelas vacinas o dobro do que pagam os países europeus; leva a restringir, a seleto grupo populacional de alta renda, pelo mundo afora, o acesso a medicamentos essenciais e imprescindíveis.
E tudo isso é mais uma evidência do gigantesco retrocesso sócio-econômico e cultural promovido por aqueles que empreenderam e apoiaram o golpe de estado de 2016, destinado a viabilizar a implantação da agenda ultra-liberal, responsável pela retenção, no Tesouro Nacional e no Banco Central, de verbas destinadas à saúde e à sobrevivência da população, ameaçada pela miséria e pela pandemia.
Retrocesso caracterizado no projeto que hoje destroi o País, mas que, antes, após a amarga experiência da população no governo FHC, foi sabiamente rejeitado pelas urnas nas eleições presidenciais de 2002, 2006, 2010 e 2014.
O que resta é o curso de uma agenda mortal para a população brasileira e destruidora da economia, mas de pleno gozo pela canalha mercadófila, em nada solidária, golpista e antidemocrática, apátrida e internacionalista, louca por um greencard e subalterna aos interesses da potência hegemônica; e que se incrustou no Estado Brasileiro.
Já passa da hora desses traidores da Pátria serem varridos da Esplanada dos Ministérios e, levados aos tribunais, serem reduzidos à sua insignificância moral.