Pesquisa de Boca de Urna indica Luis Arce ganhador com votos de 52,1% dos eleitores
Pesquisa de boca de urna das eleições presidenciais bolivianas, deste domingo, 18.10, aponta LUIS ARCE como ganhador, candidato apoiado por Evo Moraes, ambos pertencentes aos quadro do partido MAS Movimento ao Socialismo.
Com resultado a ser ainda confirmado pelo STE Superior Tribunal Eleitoral da Bolívia, Arce pode ter se tornado o novo presidente virtual do país ao somar 52,4% dos votos, segundo contagem elaborada pela empresa de pesquisa CIESMOR para a rede Unitel.
Luis Arce superou o representante da oligarquia, Carlos Mesa, que obteve 31,5%, e também o candidato da ultra-direita Fernando Camacho, com seus 14,1%. Dois outros candidatos obtiveram votação inexpressiva: Chi Hyun Chuno (1,6%) e Feliciano Mamani (0,4%).
Votação expressiva em 3 departamentos importantes
Para este sucesso a se confirmar pelo STE, foram determinantes as votações de Luis Arce nas três maiores praças eleitorais da Bolívia: em 1º lugar, em La Paz, com eleitorado total de 1.910.654 eleitores habilitados, correspondentes a 27,4% do eleitorado daquele país, 6.974.363 votantes; em 2º lugar, em Santa Cruz, com eleitorado total de 1.863.453 eleitores habilitados, 26,7% do eleitorado do país; e em 3º lugar, em Cochabamba, com eleitorado de 1.325.896 eleitores habilitados, 19,0% do eleitorado da Bolívia.
Pois, segundo a pesquisa de boca de urna, Luis Arce teria obtido votação de: 65,3% em La Paz; 63,1% em Cochabamba; e 35,2% em Santa Cruz, reduto eleitoral de Fernando Camacho, que ali obteve 45,2% dos votos.
A votação de Carlos Mesa
Carlos Mesa teria sobrepujado a votação de Luis Arce em apenas 3 departamentos: em Chuquiasaca, com 52,4% contra os 42,1% de Arce; em Tarija, com 51,0% contra 40,2% de Arce; e em Beni, com 41,3% contra os 31,7% de Arce. Todavia, somados esses 3 departamentos possuem 1.013.866 eleitores habilitados, 14,5% do eleitorado do país.
Dimensão Eleitoral da Direita e Extrema-Direita
A direita e a extrema-direita, representadas expressivamente por Carlos Mesa e por Fernando Camacho, teria obtido 45,6% dos votos do eleitorado de toda a Bolívia, somados esses dois candidatos.
Nos departamentos com maior número de eleitores, La Paz, Santa Cruz e Cochabamba, a direita e a extrema-direita somadas teriam obtido 32,4% dos votos (619.052), 63,4% (1.181.486) e 35,4% (469.367), respectivamente.
A direita e a extrema direita teriam dominado o eleitorado dos departamentos de Santa Cruz, com 1.181486 votos estimados, 63,4% desse departamento; de Chuquisaca, com 204.986 votos estimados, 55,3% dos votos totais desse departamneto; de Tarija, com 214.099 votos estimados, 56,7% do total deste departamento; e de Pando, com 37.877 votos estimados, 52,2% do total deste departamento
Cautela do STE boliviano
Nestas eleições o Superior Tribunal Eleitoral do país deixou de divulgar resultados parciais obtidos durante a apuração eleitoral, com o objetivo de minorar o risco de convulsão social, que pudesse ser deflagrafada por candidatos que a cada momento viessem eventualmente a discordar dos resultados, conforme ocorreu nas últimas eleições presidenciais, em novembro de 2019.
Assim, os resultados oficiais somente serão divulgados quando concluída por completo a apuração. Estima-se que poderão ser conhecidos após a próxima 4ª feira, 21.10.
Golpe de Estado
Naquela ocasião, Evo Moreles era o presidente da república, buscava a reeleição e reelegeu-se por uma pequena margem, mas o resultado foi confrontado por Fernando Camacho, que mobilizou a extrema-direita às ruas, sob a alegação de que os resultados teriam sido fraudados, algo que posteriormente foi negado por observadores internacionais.
Contudo, compactuando com Camacho, a polícia de La Paz em seguida amotinou-se, a população indígena e pobre foi massacrada em suas manifestações pró Evo Morales nas ruas. Centenas de feridos e 19 mortes, segundo o procurador-geral Nelson Cox, foi o saldo do massacre imposto pelas autoridades policiais.
Nesse quadro, o comando do Exército aderiu ao golpe e determinou a Evo Morales deixar o poder. Vítima do golpe de estado, Evo exilou-se então no México e, atualmente encontra-se em asilo político, na Argentina.
Zorra Total e 'paraquedista' salvou a honra do Golpe
Configurada vacância no poder da república, com presidente e seu vice deixando o país, e com os presidente da Câmara e do Senado demissionários, A senadora Jeanine Áñez assumiu a presidência da Bolívia em seção sem quórum no Parlamento, em 12.11.2019, e manteve-se no cargo até o presente. Añes era a segunda vice-presidenta do Senado e recebeu apoio dos partidos da oposição ao ex-presidente Evo Morales, enquanto dois terços da Câmara, fiéis a Evo, rejeitam a sucessão. EUA e Brasil reconheceram nova presidenta quase que de imediato.
A nova presidente prometeu novas eleições presidenciais, marcou data por três vezes e cancelou. Por pressão popular intensa nas ruas de todo o país, novamente marcou e fez realizar o pleito eleitoral ocorrido neste domingo, 18.10.2020.