Diário do Mercado na 2ª feira, 23.03.2020
Ibovespa torna a sucumbir acompanhando bolsas de Nova York
Comentário.
O índice brasileiro, com menor giro financeiro do que nos pregões recentes de quedas, simplesmente, colou sua trajetória no índice S&P500, mas com perda maior.
Em suma, no dia, os mercados acionários nos EUA caíram com o impasse entre republicanos e democratas em relação ao pacote de estímulo de cerca de US$ 1,2 trilhão do governo republicano do presidente Donald Trump, visando enfrentar possível recessão econômica pelos efeitos do coronavírus sobre a maior economia do mundo.
Vale lembrar que a próxima eleição para presidente nos EUA está marcada para dia 3 de novembro deste ano. Já na Europa, as bolsas também foram impactadas pela continuidade da disseminação da doença no “velho continente”.
Internamente, nem mesmo a divulgação pelo governo de um plano de auxílio para os estados e municípios de cerca de R$ 86 bilhões, para combater os nefastos efeitos da propagação da patologia no País sobre a atividade econômica conseguiu melhorar o humor dos investidores. Enfim, globalmente a aversão ao risco permanece elevada e os índices acionários prosseguem em tendência declinante.
O dólar comercial subiu, mesmo com a atuação do Banco Central, diante das incertezas globais em relação ao efeito do coronavírus, fechando a R$ 5,1340 (+2,15%).
Os juros futuros curtos terminaram com baixas, até parte dos intermediários; sendo que a partir daí, subiram com firmeza ao longo da ponta longa.
Ibovespa.
O índice cedeu pouco depois de sua abertura, passando a oscilara sempre em campo negativo ao redor dos 63.800 pts (-4,9%). As diferenças de outros recentes pregões de baixa é que houve ações que findaram em alta e o volume financeiro foi mais fraco.
O Ibovespa fechou aos 63.569 pts (-5,22%), acumulando agora -38,98% no mês, -45,03% ano e -32,18% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 25,0 bilhões, sendo R$ 21,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 19 de março, a Bovespa registrou saída líquida de capital estrangeiro de R$ 2,021 bilhões, acumulando retirada líquida de R$ 19,075 bilhões em março (fevereiro: recorde de retirada mensal de -R$ 20,971 bilhões). Em 2020, acumula agora saldo negativo de -R$ 59,204 bilhões (acima da retirada anual líquida recorde de -R$44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, a ata do Copom, referente a decisão de cortar 50 pts-base na taxa Selic no último dia 18 de março, foi considerada pelos agentes como mais branda do que o comunicado naquela data e abriu espaço à visão de mercado de reduções futuras.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) subiu, mesmo com o Banco Central tendo efetuado três leilões de venda de dólar à vista no montante total de US$ 739 milhões, para dar liquidez ao mercado cambial.
O saldo de Reservas Internacionais permaneceu no tranquilo em patamar de US$ 347,423 bilhões - até 6ª feira passada, 20.03.
A moeda fechou em R$ 5,1340 (+2,15%), acumulando +14,65% no mês, +27,97% no ano e +31,61% em 12 meses.
Risco País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu para 359 pts versus 335 pts anterior.
Juros.
Os juros futuros curtos cederam até parte dos contratos intermediários e avançaram a partir daí, levantando a inclinação de sua curva de estrutura a termo. Assim terminaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI outubro/2020 em 3,52% de 3,78%;
DI janeiro/2021 em 3,77% de 3,96%;
DI janeiro/2022 em 5,59% de 5,61%;
DI janeiro/2023 em 7,26% de 6,92%;
DI janeiro/2025 em 8,71% de 8,25%;
DI janeiro/2027 em 9,48% de 8,90%.
Agenda. vide página 3 do anexo.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 23.03.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T,, integrante do BB Investimentos