Diário do Mercado na 6ª feira, 20.03.2020
Mercados navegam ao sabor de percepções sobre o coronavírus
Comentário.
O índice doméstico, que denotou trajetória errática, foi impactado novamente por considerações globais sobre o coronavírus, além do chamado “efeito 6ª feira”, no qual os investidores preferem não se arriscar a ficar comprados no final de semana.
As quedas dos principais índices acionários pelo mundo contaminaram os demais: Dow Jones em -4,55%; S&P500 em -4,34%; e Nasdaq em -3,79%.
Apesar dos esforços até agora de governos e bancos centrais para dar estímulos as suas economias, ainda perduram muitas dúvidas no mercado em relação tanto a duração, quanto a extensão dos efeitos da doença, sendo que algumas cidades, estados e países pelo mundo já decretaram quarentena para a população e bloqueio de suas fronteiras.
Também, a capacidade de incentivo fiscal dos países tem preocupado os agentes. De outra mão, o preço do petróleo tipo brent (1º futuro) caiu -5,23%, para US$ 26,98, derrubando as cotações de ações de petroleiras mundo afora.
O dólar comercial baixou com a atuação do Banco Central, fechando a R$ 5,0260 (-1,49%). Os juros futuros curtos subiram na maior parte; os intermediários recuaram; e os longos avançaram destacadamente, em dia de ajustes diversificados de posicionamentos.
Ibovespa.
O índice principiou ascendente dando a impressão que poderia dar continuidade à pequena reação da véspera. Todavia, após testar a casa dos 72 mil pts por volta do meio dia, foi perdendo forças e passou a maior parte da tarde oscilante, mas terminou sucumbindo na hora final de negócios, impactado também pelas negativas bolsas de Nova York.
O Ibovespa fechou aos 67.069 pts (-1,85%), acumulando -18,88% na semana, -35,62% no mês, -42,00% ano e -31,59% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 33,3 bilhões, sendo R$ 29,5 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 17 de março, a Bovespa apurou retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 1,600 bilhão, acumulando saída líquida de R$ 17,078 bilhões em março (fevereiro: recorde de retirada mensal de -R$ 20,971 bilhões). Em 2020, passou a acumular saldo negativo de -R$ 57,207 bilhões (em 2019, retirada anual líquida recorde de -R$44,517 bilhões).
Agenda Econômica.
Nos EUA, as vendas de casas usadas avançaram +6,5% em fevereiro (-2,0% em janeiro), para um total anual sazonal ajustado de 5,77 milhões – consenso em +0,9%, para o maior patamar em 13 anos. Já em comparação frente a fevereiro de 2019, o indicador subiu +7,2%, sendo a oitava elevação seguida.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) já abriu em baixa e operou com trajetória volátil em campo negativo ao longo de toda a sessão. Nestes dois últimos dias, o mercado tem absorvido a contento à postura que vem sendo adotada pelo Banco Central para suprir as necessidades da moeda norte-americana.
A moeda fechou em R$ 5,0260 (-1,49%), acumulando 4,36% na semana, +12,24% no mês, +25,72% no ano e +33,42% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu para 335 pts versus 383 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros tiveram um ajuste diferenciado de posicionamentos pelos agentes. As correções no dia fizeram as taxas curtas subir na maior parte; ao recuo das intermediárias; e as longas a avançar com destaque. Assim terminaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI janeiro/2021 em 3,96% de 3,94%;
DI janeiro/2022 em 5,61% de 5,77%;
DI janeiro/2023 em 6,92% de 6,96%;
DI janeiro/2024 estável em 7,65%;
DI janeiro/2025 em 8,25% de 7,98%;
DI janeiro/2027 em 8,90 de 8,57%.
Agenda. vide página 3 do relatório anexo.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comprotamento do mercado na 6ª feuram 20.03.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos